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Importações do Grande ABC disparam
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/03/2008 | 07:10
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Devido ao real em contínua valorização frente ao dólar, as importações do Grande ABC aceleraram em janeiro e levaram a um recuo de quase 40% no saldo comercial da região.

As aquisições de importados somaram US$ 371,8 milhões, alta de 60,40% frente ao mesmo mês de 2007. O ritmo é duas vezes maior do que a expansão das vendas externas feitas pelas empresas dos sete municípios, que cresceram 29,98% (para US$ 483,2 milhões). Com isso, o saldo (exportações menos importações) caiu 38,86%, para US$ 69,7 milhões.

No entanto, a grande entrada de produtos do Exterior, em um ambiente econômico favorável, por enquanto não é ruim, segundo empresários e economistas ouvidos pelo Diário.

A avaliação é que muitas indústrias aproveitam o cenário cambial e os mercados aquecidos (tanto no País quanto no Exterior) e adquirem insumos e maquinários.

“O que é preciso ver é a qualidade da importação. Tem aumentado muito a compra de bens de capital (máquinas e equipamentos) para investimentos”, afirma o diretor do departamento de Economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Roberto Gianinni. Os dados, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ilustram essa avaliação.

A compra de máquina extrusora para a indústria de borracha e plástico foi o principal produto importado em Mauá. Em Santo André, a borracha natural – matéria-prima para a fabricação de pneus – é o principal item importado, enquanto o destaque nas vendas externas desse município são pneus para caminhões.

“A importação da região não se concentra em produtos de consumo, mas sim em bens de capital e matéria-prima para as indústrias”, afirma o coordenador do Observatório Econômico de Santo André, Antônio Carlos Schifino.

Excepcional - Schifino considera, por sua vez, que as exportações, para janeiro, embora em ritmo menor, foram excepcionais. “Ainda mais levando-se em conta o dólar barato”, disse.

Cidades como São Bernardo e São Caetano – a primeira sobretudo com encomendas externas de caminhões e a segunda, com carros de motores de 1,5 a 3 litros – conseguiram se sobressair no mercado externo. “Esses produtos possuem muitos componentes importados”, disse Schifino.

Ele explica que a importação de matéria-prima, com o câmbio atual, é um mecanismo de compensação, que permite se manter custos baixos e boas margens de lucro nas vendas ao Exterior.



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