A nadadora brasileira Rebeca Gusmão vai ter de esperar até o começo de abril pelos resultados de seus dois julgamentos, um na CAS (Corte de Arbitragem do Esportes) e outro na Fina (Federação Internacional de Natação), ambos em casos em que é acusada de doping. Rebeca Gusmão, de 23 anos, retorna ao Brasil entre esta terça-feira e quarta-feira e fica na expectativa pelo seu futuro: pode ser banida da natação, suspensa por dois anos ou voltar a nadar, caso os seus argumentos de defesa sejam aceitos.

Segunda-feira, Rebeca foi ouvida no Painel Antidoping da Fina por três horas e meia, em Lausanne, na Suíça. Rebeca responde nesse tribunal sobre o resultado positivo para testosterona no exame feito no dia 13 de julho de 2007, véspera de sua participação nos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, onde ela venceu as provas dos 50 metros livre e 100 metros livres – ambas as medalhas foram cassadas pela Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana).

A contraprova de Rebeca foi realizada em janeiro, em Montreal, e enviada à Fina. “Foi uma audiência muito boa, onde pudemos falar sobre erros cometidos no processo, desde o envio e custódias das amostras A e B, até a quebra da confidencialidade”, disse o advogado de Rebeca, Breno Tannuri, que acompanhou a cliente a Lausanne.

Pensamento positivo - Para o advogado, é positivo o fato de a Fina não ter dado um veredicto ainda segunda-feira.

“Significa que vão analisar todos os comentários”, disse ele. Rebeca está suspensa provisoriamente das competições desde 2 de novembro.

Complexidade - Casos de doping são complexos e na maioria das vezes os atletas perdem os processos. Tannuri disse que Rebeca tem esperança de ser inocentada. O Painel prometeu uma resposta para a primeira ou segunda semana de abril. A CAS ouviu Rebeca na sexta-feira, sobre o caso em que a Fina questiona a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos sobre um exame positivo realizado em 2006.