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Adolescentes podem ficar sem abrigo em Santo André
Por Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
16/12/2008 | 07:01
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A Prefeitura de Santo André não decidiu o destino de sete adolescentes, entre 12 e 17 anos, abrigados na Casa de Acolhida Nova Caminhada, na Vila Homero Thon, em Santo André. A entidade funciona até o dia 31, quando o imóvel, vendido recentemente, será entregue ao novo proprietário e termina o contrato com a Fundação Projeto Travessia - que gerencia o local.

A coordenadora-geral da Travessia, Lúcia Pinheiro, explica que o contrato não foi renovado por uma decisão da diretoria da fundação. "Não sabemos como a nova administração tratará desta área e achamos por bem não renovar."

Os adolescentes abrigados esperam a definição da Prefeitura. "Fico assustado em pensar que não terei para onde ir", desabafa Luis (nome fictício), 17 anos. Ele está na casa há cinco meses, mas a vida nos abrigos foi iniciada há mais de quatro anos. Os pais morreram vítima de Aids e as duas irmãs, usuárias de drogas, vivem nas ruas até hoje.

"Gosto daqui porque todo mundo me trata bem." De lá, Luis gostaria de sair para construir um lar, com sua família - ele tem uma filha de 2 anos, também abrigada. "Quero arrumar um trabalho para poder passear com ela numa praça ou no shopping. Também gostaria de tirar minhas irmãs do vício."

A diretora da casa, Rosemary Pedrosa, e o coordenador regional, Clóvis Tadeu Dias, contam que os maiores prejudicados com o rompimento do trabalho serão os adolescentes. "A auto-estima deles, que já não é alta, fica ainda mais diminuída, porque mais uma vez os vínculos serão rompidos", diz Rosemary. "Conhecemos as histórias desses meninos e temos propostas a eles. É um trabalho que será interrompido", reforça Dias.

A Vara da Infância e Juventude de Santo André foi oficializada sobre a situação pela Fundação Projeto Travessia que solicitou a transferência dos menores a outros abrigos da cidade antes do dia 31. O pedido foi indeferido. "A Prefeitura tem de se responsabilizar pelo serviço, eles não podem voltar para as ruas", afirma Rosinei Horstmann Saikali, promotora da Infância e Juventude.




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