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Débora Bloch revive os anos 80
Márcio Maio
Da TV Press
11/03/2008 | 07:02
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Quando o Muro de Berlim caiu, em novembro de 1989, Débora Bloch fazia sucesso com seus personagens cômicos na TV Pirata. Hoje, aos 44 anos e no ar como a artista plástica Lena de Queridos Amigos, a atriz pela primeira vez participa de um programa de época que retrata um período que ela viveu, já que a obra de Maria Adelaide Amaral passa pelas décadas de 1970 até o fim dos anos 1980. “Em 1970 eu era muito nova, mas lembro do meu pai vivendo a ditadura e dos nossos amigos sendo presos. E em 1980 eu estava virando adulta”, explica.

Com aparições bissextas em novelas – em 26 anos de carreira televisiva, participou de apenas sete –, Débora já foi escalada para a nova série de Fernanda Young e Alexandre Machado, ainda sem nome e data para estrear. Para a atriz, a mudança do drama para a comédia será produtiva, já que seus últimos trabalhos tiveram tons mais sérios. “Adoro fazer os dois gêneros, mas ninguém gosta de ser rotulado. O legal é poder variar”, justifica. Confira trechos da entrevista:

Queridos Amigos se passa entre as décadas de 1970 e 1980, uma época em que você viveu. Isso facilitou a composição da personagem?
DÉBORA BLOCH – É completamente diferente de fazer uma época das antigas, daquelas que a gente só consegue pelos livros e pelos filmes. Ajuda bastante porque os anos 1980 ficaram na minha memória como a época em que eu virei adulta, é uma fase que eu conheço muito. Na década de 1970 eu era muito nova, mas lembro do meu pai vivendo a ditadura, dos nossos amigos sendo presos, de pais de amigas minhas sendo torturados, era um momento de amadurecer e mudar, aos poucos, a forma de enxergar o mundo. Tenho total dimensão do que estamos abordando na minissérie. Mas outros pontos ajudaram mais na hora de desenvolver esse trabalho, até porque minissérie tem um público bem diferente de novela.

Que pontos?
DÉBORA – Fizemos um workshop de um mês lendo pesquisas sobre esse período e assistindo a alguns vídeos. Mas recebemos a recomendação de estreitar mais os laços de amizade entre o elenco, principalmente com aqueles que ainda não conhecíamos. Acho que isso mudou muito a nossa forma de trabalhar. Deu mais veracidade às cenas porque passávamos umas oito horas juntos diariamente. A Denise Saraceni queria que a gente tivesse mais intimidade e isso hoje é nítido nas cenas. Acho que foi um dos melhores laboratórios que eu já fiz na TV.

Em 26 anos de carreira na TV, você participou de poucas novelas. Por quê?
DÉBORA – Sempre fiquei dividida entre o teatro e a TV. No total, entre novelas e minisséries, participei de 11 produções. É pouco se a gente comparar com outros artistas, mas fui escalada para outros projetos, como TV Pirata, A Comédia da Vida Privada e A Vida como Ela É. E isso aconteceu até por conta da minha agenda, para eu não precisar abandonar os palcos. É difícil conciliar um espetáculo com uma novela, mas com esses projetos alternativos, fica bem mais tranqüilo.

Além da TV Pirata, outros personagens seus tinham um lado cômico forte, como em Cambalacho, Salsa e Merengue e A Lua Me Disse. Você já teve receio de ser taxada de humorista?
DÉBORA – Essa é uma pergunta delicada porque às vezes as pessoas interpretam mal. Eu adoro fazer comédia, mas ninguém gosta de ser rotulado como comediante ou humorista. Sempre tentei equilibrar isso no meu currículo. Tanto que fiz recentemente Amazônia – De Galvez a Chico Mendes e estou em Queridos Amigos e em ambas produções com personagens com grande carga dramática. Pode ser que no ano que vem eu faça uma novela com um papel cômico, até para variar isso.

Como por exemplo a nova série de Alexandre Machado e Fernanda Young?
DÉBORA – Sim, estou reservada para esse projeto. Mas ainda não sei nada sobre o assunto, não temos nem o nome. Quero muito fazer e estou empolgada com isso, só que agora eu preciso me concentrar na minissérie. Não é bom fazer um trabalho e ficar pensando em outro. Tira o nosso foco.




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