Falando durante uma cerimônia dedicada ao ex-primeiro-ministro Menahem Begin, Sharon afirmou inspirar-se em seu plano de desmantelar colônias da península do Sinai (Egito) ao defender a retirada dos judeus da Faixa de Gaza.

"Begin conseguiu um avanço histórico ao firmar o tratado de paz com o Egito", declarou Sharon. O atual primeiro-ministro supervisionou a retirada do Sinai como ministro da Defesa.

O plano de Sharon desencadeou uma crise no governo israelense. A extrema-direita, que apoiava o primeiro-ministro, se retirou da base aliada por defender a manutenção das colônias nos territórios palestinos.

A maioria dos integrantes do Likud, partido de Sharon, também são contra o fim dos assentamentos. Já o Partido Trabalhista, que está na oposição, garantiu apoio ao plano do primeiro-ministro.

O líder trabalhista Shimon Peres afirmou nesta quinta-feira que seu partido deve agir de maneira responsável para conseguir a paz. "Faremos tudo o que estiver a nosso alcance para favorecer a retirada das colônias de Gaza e para reativar as negociações sobre o futuro dos territórios palestinos".

Shimon Peres desmentiu a existência de negociações sobre a distribuição de pastas ministeriais num eventual governo de união nacional, explicando que, a esse respeito, o Likud está dividido.

Peres referia-se aos 'radicais' entre os 40 deputados do Likud que se opõem ao plano de retirada e a uma eventual entrada do Partido Trabalhista no gabinete de Sharon.

Palestinos- Enquanto em Israel continuam as discussões, os palestinos se preparam para assumir o controle da Faixa de Gaza depois de uma eventual retirada dos israelenses.

O primeiro-ministro palestino, Ahmed Qorei, conversou nesta quinta-feira com autoridades egípcias sobre a participação do país no restabelecimento da segurança na Faixa de Gaza.

Com o chefe dos serviços de inteligência egípcios, o general Omar Suleiman, encarregado da questão israelense-palestina, examina a participação egípcia na reabilitação das forças de segurança palestinas para que possam assumir o controle da Faixa de Gaza após a retirada.