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Auricchio inicia reforma administrativa sem alarde
Por Juliana de Sordi Gattone
Do Diário do Grande ABC
15/06/2005 | 08:15
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A reforma administrativa anunciada pelo prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), para o segundo semestre, já começou. O ex-assessor jurídico de gabinete e atual diretor jurídico da Câmara, Antonio Gusman Filho, foi exonerado. Outra exoneração anunciada é a de Wenceslau Teixeira, o Lalau, que já havia sido “rebaixado” de cargo. Lalau começou o ano como diretor do DAE (Departamento de Águas e Esgoto), mas em março teve de passar a cadeira para Cláudio Demambro. Antes de ser exonerado, ocupava cargo na pasta de Meio Ambiente, que ainda não foi regulamentada.
Há duas semanas, o prefeito anunciou a vontade de promover ampla e completa reforma administrativa, que estaria prevista para o segundo semestre e seria estendida até o fim de mandato. Nessas mudanças não estariam descartadas trocas de titulares de secretarias. Além de substituições no quadro de pessoal, Auricchio antecipou que serão extintos órgãos e cargos.

Gusman e Teixeira juntam-se, agora, a outros dois ilustres exonerados: o ex-assessor de gabinete Antonio de Pádua Tortorello – irmão do prefeito Luiz Tortorello, que morreu em dezembro – e a ex-secretária da Fazenda, Maria Carmen Gonzales Reys Campos. No total, já são quatro exonerados no primeiro escalão neste primeiro semestre.

A Prefeitura não se pronunciou sobre as exonerações. As versões que circulam na Câmara dão conta de retaliação. O prefeito Auricchio teria sido criticado por Gusman e Teixeira e não tolerou a atitude deles.

 Na Câmara, o presidente Paulo Bottura (PTB) afirmou desconhecer as razões e explicou que, embora Gusman estivesse “emprestado” ao Legislativo, fazia parte dos quadros do Executivo e, por isso, a decisão caberia exclusivamente ao prefeito. “Não me meto nessa questão”, disse Bottura. Em seu lugar será nomeado o genro do atual assessor jurídico de Auricchio, João Hildebrand.

Questões pessoais – Por outro lado, Gusman afirmou ter sido afastado para resolver questões pessoais e que voltará para conversar sobre o assunto na próxima semana. Gusman é advogado e mantém escritório na cidade, além de ser integrante do Rotary de São Caetano.

A versão pode ser comparada ao episódio de exonerações ocorrido em 16 de março. À época, o prefeito não tolerou a falta de fidelidade de Pádua Tortorello e Carmen. Eles teriam sido demitidos, principalmente o irmão de Tortorello, por impedir o prefeito de governar.

Estrategista, Antonio de Pádua estaria exigindo do prefeito que enviasse todos os projetos de lei do Executivo a fim de decidir sobre as prioridades. O mesmo estaria sendo feito pela ex-secretária de Fazenda. A situação teria se tornado insuportável tamanha a pressão sofrida por José Auricchio. Desde a posse, o prefeito teria promovido diversas conversas reservadas com Pádua com a intenção de reverter o quadro. Mas a tentativa do irmão de Tortorello de montar um governo paralelo e de fazer do prefeito um mero figurante teria sido a gota d‘água para o fim da relação.

Dois dias depois, em 18 de março, o prefeito anunciou a primeira intenção de promover uma reforma administrativa, quando disse que dividir a Secretária da Fazenda em duas pastas: a de Finanças e a de Orçamento. O ex-secretário de Assuntos Jurídicos, João da Costa Faria, assumiu a pasta da Fazenda e em seu lugar foi nomeada Ana Maria Gianni Caffaro. No papel de articulador político, ocupado por Antonio de Pádua desde a primeira gestão Tortorello, assumiu o irmão do prefeito, Marcelo Auricchio, e o diretor do DAE, Cládio Demambro. Também foi nomeado assessor de gabinete o ex-prefeito Antonio Dall‘Anese. Na ocasião, Auricchio garantiu que mais nenhum secretário seria exonerado, mas não descartou mudanças no segundo escalão.   



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