Política Titulo Transição
A alma do Grande ABC está no Diário, afirma Marcos Bassi

Ex-reitor da USCS assume função de diretor superintendente do jornal, no lugar do empresário Ronan Maria Pinto, e exalta papel da empresa na região

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
16/09/2020 | 00:14
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Claudinei Plaza/DGABC


Ex-reitor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e mestre em administração de empresas pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Marcos Sidnei Bassi assumiu ontem a função de diretor superintendente do Diário, em substituição ao empresário Ronan Maria Pinto. Bassi, em seu discurso de posse, enalteceu o papel de pilar regional do jornal, exaltou a história de 62 anos do periódico e traçou que o plano é expandir a credibilidade jornalística para plataformas digitais.

Aos 58 anos, Bassi chega à empresa tendo no currículo o fato de liderar verdadeira revolução na USCS. De instituição de ensino voltada para os limites de São Caetano, a universidade se robusteceu, abriu campus na Capital e curso de medicina e passou a ser sinônimo de desenvolvimento de políticas públicas para além do município onde surgiu.

“A questão do trabalhar a regionalidade me atraiu bastante para essa missão. O Diário tem papel gigante no Grande ABC, é uma das principais instituições da nossa região. Vejo que há o Consórcio Intermunicipal, na discussão pública, e a FUABC (Fundação do ABC), no tratar da saúde. Mas a alma do Grande ABC é o Diário. O espírito da região está no Diário”, discorreu.

Diretor superintendente do jornal desde 2004, Ronan não conteve a emoção ao rememorar sua trajetória no principal veículo regional de comunicação do País, fundado em 11 de maio de 1958, com o nome de News Seller. Ele segue como acionista da empresa.

“Converso com o professor Bassi sobre ele ter um papel de embaixador do Grande ABC há pelo menos um ano. É uma pessoa ética, de passado ilibado, com grande capacidade técnica, e todas essas qualidades não poderiam ficar restritas a São Caetano. Quando surgiu a oportunidade de convidá-lo, senti alegria e satisfação. Quando ele aceitou, senti uma honra maior ainda”, comentou Ronan. “O jornal não é meu. É do Grande ABC, dos leitores. Sigo como leitor, função essa que espero continuar por muitos anos.”

Bassi avaliou que o setor da comunicação tem passado por profunda transformação na última década, processo esse agilizado por causa da pandemia de Covid-19. Por isso, o desafio será amplificar a voz do Diário nas plataformas digitais.

“Temos conteúdo de credibilidade, temos história, são grandes ativos. Precisamos buscar fórmulas de levar essas qualidades para os meios digitais. O potencial é imenso na região”, analisou. “A redação é a alma do jornal, que gera conteúdo e informação de qualidade há longa data. Vamos trabalhar para expandir esses ativos que temos.”

Sobre o processo de transição, Bassi tem feito reuniões com gestores a fim de traçar as metas centrais – ele foi anunciado para o posto há uma semana. Porém, já percebeu outra qualidade na empresa: a paixão para confecção das páginas do Diário. “Eu trabalhei como consultor em outras empresas privadas, também na USCS, e falo com tranquilidade que nunca vi alguém com tamanho carinho por uma empresa como o Ronan tem pelo Diário. Era algo visível desde antes de estar aqui no dia a dia. E também a visão de regionalidade que ele tem e transmite ao jornal. Não à toa vou precisar muito do Ronan ao meu lado.”

Conselho consultivo vai discutir o futuro

Uma das primeiras medidas de Marcos Bassi como diretor superintendente do Diário é instituir um conselho consultivo, com integrantes do jornal e da sociedade civil do Grande ABC, com objetivo de discutir o papel da empresa na região.

“Esse modelo foi adotado na USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e avalio que será bem aplicado no Diário. É trazer a sociedade para dentro do jornal, com sugestões, com seu olhar sobre o caminho que o Diário precisa tomar. É agregar mais gente para que o Grande ABC, hoje subrepresentado, possa ter cada vez mais força”, considerou Bassi.

A falta de representatividade do Grande ABC nas mais variadas esferas de poder é assunto recorrente nas páginas do Diário, defensor da união de esforços para ampliação de espaços de figuras locais em cargos destacados no Estado e no Brasil. Apesar de ser o quarto maior PIB (Produto Interno Bruto) do País, com geração de riqueza na ordem de R$ 118,6 bilhões em 2019, e 2,8 milhões de habitantes, a região conta com apenas seis de 94 deputados estaduais e dois dos 70 parlamentares federais paulistas. Não possui nenhum integrante no primeiro escalão na gestão do governador João Doria (PSDB) nem ministro no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A criação do conselho consultivo permeou algumas reuniões de Bassi com o empresário Ronan Maria Pinto, que de pronto concordou com a sugestão, avaliando ser necessário amplificar a voz, dentro do Diário, de figuras que conheçam e queiram o bem do Grande ABC. “Às vezes as mudanças trazem incertezas. Mas eu não tenho dúvida que essa mudança, para o Diário, é uma certeza. O Diário só vai crescer.”

Bassi argumentou que adotará trabalho descentralizado, com co-gestão, em que todos os pensamentos sejam convertidos para a expansão do Diário. “Queremos adotar aqui um modelo de governança colaborativa, algo que falta nos organismos regionais que temos atualmente. É preciso trabalhar no sentido de unir esforços, de buscar os investimentos de forma conjunta, não disputá-los no tapa, porque, desse modo, todos perdemos.”

Antes de aceitar o convite para ser diretor superintendente do Diário, Bassi estava à frente da equipe que confecciona o plano de governo do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), candidato à reeleição. O trabalho junto ao tucano está praticamente finalizado, faltando detalhes, como revisão e apontamentos do prefeito, sobre o documento. Passada essa etapa, Bassi se desvincula da campanha para atuar exclusivamente no jornal. 




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