Os secretários Luiz Cláudio Sartori (Saúde), Jorge Luiz Demarchi (Finanças), Fernando Moreira Machado (Assuntos Jurídicos) e José Marcelo (Obras) estiveram ontem na Câmara de Diadema para tentar convencer os vereadores a destravar a votação de projeto do governo Lauro Michels (PV) que pede aval para obtenção de empréstimo na ordem de R$ 125 milhões com a Caixa Econômica Federal para a construção de outro hospital municipal – em substituição ao equipamento no bairro Piraporinha. A proposta está parada na Casa desde dezembro e a apreciação da medida já foi adiada cinco vezes por falta de votos.

A reunião ocorreu a portas fechadas e durou quase quatro horas. Porém, os dois lados tiveram conclusões diferentes sobre os efeitos do encontro. Enquanto os secretários acreditaram ter avançado no debate, a oposição falou que o encontro mostrou que o tema ainda é “embrionário”.

“O grupo de vereadores ficou bastante satisfeito e nós nos propusemos a, dentro do escopo técnico, voltar à Câmara para fazer uma apresentação mais orgânica do projeto, se acharem necessário”, comentou Sartori.

“Pelo contrário. Acho que só aumentaram as dúvidas, porque estabeleceu uma outra posição frente ao que era a justificativa inicial do projeto. Nós fomos surpreendidos. O projeto fala em empréstimo e hoje (ontem) aqui a conversa já mudou um pouco. Na realidade, talvez não seja necessária essa quantidade de recurso porque não se tem um projeto aprovado. Não se tem autorização para poder buscar esse financiamento”, frisou Josa Queiroz (PT).

O titular da Pasta de Assuntos Jurídicos reconheceu que o financiamento não é a única medida que o governo Lauro estuda para custear a construção do hospital e justificou que, sem autorização legislativa, não é possível obter detalhes sobre a forma de pagamento do empréstimo. “Essa questão dos juros e das parcelas ainda não se viabilizou porque antes do financiamento eu preciso ter uma autorização legislativa que dê aval para o município efetuar o empréstimo”, explicou Machado, ao garantir que o município possui capacidade financeira para quitar o passivo. “Acho que avançou. (O encontro) Dirimiu bastante as dúvidas dos vereadores e vamos aguardar para ver se vão colocar o projeto em votação”, emendou. “Essa autorização do empréstimo pode ser que seja usada ou não. Agora, cabe os vereadores analisarem se é melhor para a cidade. A oposição reclama que o projeto ainda é embrionário, mas é preciso que essa autorização seja aprovada primeiro”, frisou o líder do governo, Célio Boi (PSB).