Mesmo sem desfiles oficiais de Carnaval desde 2016, Mauá não ficou sem celebrar a festa. Ontem, o bloco afro Filhos de Ghandi, idealizado pelo Centro de Cultura Afro-Brasileira Filhos de Ghandi, reuniu aproximadamente 100 pessoas na região central. “Todo ano fazemos alguma coisa em nossa sede, mas agora resolvemos socializar com o Centro da cidade”, falou o fundador da entidade, mestre Gildasio Pereira de Oliveira, 54 anos.

O bloco teve o tema Contra a Escravidão na Líbia e Pela Valorização da Vida, e levou mensagens de combate ao racismo e à intolerância religiosa, além de demonstrações da cultura africana, como apresentação de capoeira.

A auxiliar administrativa Ivonete Dias, 32, passava pelo local e se juntou à celebração. “É uma pena que a cidade não tenha mais Carnaval, pois reúne as pessoas e elas se divertem”, opinou.

Até quem não ‘simpatiza’ com a Folia se rendeu ao batuque promovido pelo grupo, como a auxiliar de limpeza Joelma Maria da Silva, 46. Ela assistia ao evento enquanto trabalhava em loja de roupas. “Não sou muito fã (de Carnaval), mas estou achando legal. O movimento está fraco, animou a gente um pouco.”

A secretária municipal de Cultura, Cláudia Crepaldi, acompanhou a atividade e destacou que, diante da impossibilidade financeira de a administração realizar os desfiles, os blocos fazem a diferença. “O Filhos de Ghandi traz o resgate da cultura afro e o apoio à questão racial, o que é muito importante.”