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TIM cria 2,5 mil empregos em centro tecnológico na região
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
22/02/2005 | 14:04
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Santo André ganha o equivalente a quase uma Firestone em empregos até 2008. A operadora de telefonia móvel TIM anunciou na segunda-feira que vai criar nos próximos três anos 2,5 mil novos postos de trabalho na cidade, com um investimento de R$ 262 milhões na construção de um complexo tecnológico que incluirá o maior call center da empresa no país, um centro de desenvolvimento de Tecnologia da Informação e um centro de documentação.

O novo complexo da empresa será instalado em uma área sem utilização na fábrica da Pirelli Cabos – o grupo Pirelli controla a TIM internacionalmente –, com cerca de 30 mil m². A primeira fase da instalação do centro será a criação do call center, que poderá atender todos os clientes da TIM no Brasil, até o final de junho, com a criação de 500 empregos.

O investimento ocorre em um momento em que o Grande ABC atrai investimentos e gera postos de trabalho. Situação completamente diferente dos anos 90, quando a região perdeu mais de 100 mil empregos industriais com carteira assinada por conta da abertura indiscriminada da economia – obra dos governos Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso – e também por conta da guerra fiscal entre estados e municípios. Em 2004, a recuperação do emprego no ABC se consolidou com um saldo positivo de 47 mil postos de trabalho, sendo 17 mil na indústria, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho.

A TIM, empresa italiana, possui aproximadamente 11,4 milhões de clientes (dados de setembro de 2004) em todo o país, e procura investir no desenvolvimento e adaptação de projetos de tecnologia para clientes corporativos. O complexo de Santo André será uma das peças-chave nesse desenvolvimento, segundo o presidente da TIM no Brasil, Mário César Pereira de Araújo.

“Trabalharemos tanto no desenvolvimento de novos produtos como na ’tropicalização’ de soluções de tecnologia da informação que já são comercializadas no exterior, em adaptações para o mercado brasileiro e suas necessidades”, afirma Araújo.

O Brasil é o segundo país em volume de investimentos da TIM, perdendo apenas para a Itália. Recebeu no ano passado US$ 1,1 bilhão. Desde a chegada da empresa no país, o valor chega a US$ 7 bilhões – 90% em telefonia móvel e 10% em fixa. “No ano passado, representamos cerca de 11% do investimento estrangeiro no país, um sinal de que a aposta da TIM no Brasil e em seu mercado é muito grande”, diz o presidente da empresa para a América Latina, Paolo Dal Pino.

Capacitação – Na escolha do local do novo centro pesou a mão-de-obra qualificada dos profissionais do Grande ABC, além da existência de universidades de alto nível. “As instituições capacitam mão-de-obra fundamental para o nosso complexo, não apenas na área de Tecnologia da Informação, mas em engenharia, por exemplo”, afirma Mário César Araújo, presidente da TIM no país.

O call center de Santo André terá capacidade de 804 PAs (Posições de Atendimento, utilizadas por mais de um operador ao longo do dia), que cobrirão a maior parte dos cerca de 30 mil atendimentos diários da empresa no país. A TIM ainda mantém call centers próprios ou terceirizados em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Salvador.

A mudança no perfil econômico do Grande ABC também influenciou a escolha da TIM por investir em Santo André, segundo Dal Pino, presidente da empresa para a América Latina. A empresa seguiu o exemplo de outras regiões metropolitanas no mundo que passaram pelo mesmo processo, de densamente industrializadas para centros de serviços e de desenvolvimento tecnológico, como Milão, na Itália, Barcelona, na Espanha, e Detroit, nos Estados Unidos.

“Com esse investimento, estamos acompanhando a história econômica dessa região. Todo mundo falava há dez anos que o futuro do software no mundo era a Índia. Hoje, quando se fala em excelência tecnológica, o Brasil se tornou uma referência”, afirma Del Pino.

Tecnologia – A TIM no Brasil quer aumentar sua participação no mercado corporativo em 2005. Apesar de não revelar metas de crescimento nem participação no faturamento total, a companhia tem reforçado os lançamentos de produtos corporativos no país, desde o segundo semestre de 2004.

Um deles é o Nokia Communicator, lançado em parceria com a IBM, que propicia acesso remoto a bancos de dados corporativos, e aos pacotes Office, da Microsoft, e Lotus Notes, além de acesso à Internet em alta velocidade. “Estamos lançando uma série de produtos, mas ainda serão produzidos aplicativos para a sua utilização, e esses aplicativos poderão ser desenvolvidos no pólo de Santo André, buscando uma proximidade com o mercado brasileiro”, afirma Mário César Araújo.




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