Política Titulo SAÚDE
Diadema discute gratificação a médicos

Câmara aprova projeto criticado pelo sindicato por não equacionar falta de profissionais na Saúde

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/02/2012 | 07:02
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A gratificação a médicos proposta pela Prefeitura de Diadema gerou debates acalorados entre integrantes do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema) e os secretários de Saúde, Aparecida Linhares Pimenta, e de Assuntos Jurídicos, Airton Germano, em reunião organizada ontem, antes da sessão na Câmara. Os sindicalistas pediram agilidade na apresentação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, em fase de estudo na administração Mário Reali (PT).

A entidade reclama que não há incorporação de benefícios salariais nos vencimentos mensais dos profissionais, afugentando médicos com desejo de fixar carreira no município. "Gratificações são falsas soluções para a falta de médicos em Diadema. É uma política imediatista que causa um saco sem fundo de problemas", disse a presidente do Sindema, Jandyra Uehara Alves.

Segundo dados do sindicato, a Pasta da Saúde concentra o maior número de demissões da Prefeitura. Em abril de 2010, o Paço contava com 543 médicos e hoje são 498 na rede pública. Profissionais que atuam diretamente em Unidades Básicas de Saúde caíram de 191 há quase dois anos para 165.

O projeto foi aprovado ontem, em primeira discussão na Câmara. O líder do governo Reali na Casa, vereador Orlando Vitoriano (PT), elogiou a proposta e relembrou que a sugestão tenta sanar um dos maiores gargalos na administração pública. O texto, porém, deverá ser melhor debatido até semana que vem.

 

NÚMEROS

Pela tabela divulgada pelo Executivo, caso a matéria seja aprovada pelo Legislativo, haverá casos em que os salários de médicos serão compostos, em sua maioria, por gratificações. Profissionais do Programa Saúde da Família com carga horária de 40 horas semanais receberão R$ 11.874,40 mensais e, do total, R$ 6.649,66 provêm de benefícios extrassalariais.

Para Jandyra, a não incorporação de gratificações nos salários faz com que não haja aposentadorias atratativas para médicos. "Diadema servirá sempre como trampolim. Ninguém quer se aposentar com salário fixo baixo, por melhor que sejam as gratificações."




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