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Teixeira expõe os desafios de 2014
Por Nelson Cilo
Do Diário do Grande ABC
30/11/2010 | 07:00
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A palestra do presidente Ricardo Teixeira (CBF e Comitê Organizador Local), ontem, na Capital, serviu para comprovar que o Brasil ainda engatinha como cenário da Copa do Mundo de 2014. Ao contrário do que se esperava, o dirigente mandou cancelar a entrevista coletiva para não perder o voo de volta ao Rio de Janeiro, mas falou à seleta plateia de representantes do Lide - Grupo de Líderes Empresariais. Coube ao presidente, João Dória Jr., dirigir as 18 perguntas dos convidados que compareceram ao auditório do Grand Hyatt Hotel.

Teixeira passou mais otimismo do que incertezas. O potencial comandante da Fifa nas eleições da entidade em 2015 não escondeu do milionário staff de patrocinadores do bem direcionado encontro que há problemas pela frente.

As principais dificuldades, segundo ele, estão inseridas em três itens. "Aeroportos, aeroportos e aeroportos", exemplificou Teixeira, ao repetir três vezes a palavra que traumatiza como nunca os passageiros invariavelmente aglomerados nas filas ou amontoados no chão ao sair ou retornar das cansativas e tumultuadas viagens. "E vejam que o Brasil aguarda o aumento de 600 mil a 800 mil turistas já às vésperas do Mundial de 2014. Acho que até lá tudo estará devidamente solucionado", supõe.

 

DESAFIOS ­-  Mais três fantasmas preencheram o discurso de Teixeira: o precário sistema de transportes ferroviários e rodoviários, o primário modelo de Saúde pública (especialmente para socorrer os torcedores visitantes e a imprensa internacional) e a reduzida rede hoteleira. No entanto, ele citou dados que revelariam o crescimento e a evolução nos três setores. Menos mal: a segurança pública o animou a destacar as melhores projeções possíveis, principalmente depois da propalada e aparente derrota dos bandidos na guerra da polícia contra o tráfico nos morros do Rio. "É o primeiro sinal de que as nossas autoridades poderão, enfim, combater definitivamente a criminalidade", acredita.

 

 

TEMPO QUENTE - Uma das interrogações, a do vice do São Paulo, José Carlos Ferreira Alves, quanto ao veto do Morumbi e à preferência pelo virtual estádio que o Corinthians irá construir em Itaquera, tirou o presidente alvinegro do sério. Andrés Sanchez levantou-se da mesa para resmungar na frente dos jornalistas ao lado. "Isso é coisa do Juvenal Juvêncio (presidente do Tricolor). Ele mandou perguntar isso", protestou.

 

NORMAL - Teixeira também avisou que haverá, sim, 12 sedes no palco da Copa. Entre elas, Natal. Que, segundo ele, terá os atuais entraves resolvidos nos próximos dias.

 

Denúncia de corrupção envolve dirigente

A imprensa da Suíça divulgou ontem novas denúncias de corrupção que incriminam alguns dirigentes da Fifa, entre eles, Ricardo Teixeira (da CBF e do COL - Comitê Organizador Local da Copa de 2014). Às vésperas do anúncio das 12 sedes do Mundial de 2018 e de 2022, o Tages-Anzeiger acusa, além de Teixeira, os presidentes Issa Havatou (Confederação Africana de Futebol) e o paraguaio Nicolás Leoz (Conmebol) de pertencerem a uma lista secreta de pagamentos logo depois da falência de empresa associada à entidade internacional.

Em 2001, a ISL (agência de marketing vinculada à Fifa) faliu em meio ao escândalo de que houve subornos relativos a milionários contratos de televisão. Teixeira teria recebido R$ 16 milhões de propina.

Em 2008, o tribunal de Zug (cantão suíço) impôs multas a três executivos da agência por fraudes e crimes contábeis. Leoz já figurava na lista como receptor. O taitiano Reynald Temari e o nigeriano Amos Adamu também foram denunciados anteriormente.




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