Economia Titulo Consumo
Cesta básica fica
R$ 24,66 mais cara

Alta de 6,83% no ano é superior à inflação, de 5,45%; a
mistura feijão e arroz foi vilã do bolso dos consumidores

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
30/12/2012 | 07:00
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O preço da cesta básica neste ano no Grande ABC ficou R$ 24,66 mais caro em comparação com 2011. A alta de 6,83% no ano é superior à inflação brasileira, de 5,45% - última previsão do boletim Focus, do Banco Central, em novembro.

Foi em fevereiro que o custo pago pelo conjunto de 34 itens (que compõem a cesta) alcançou seu menor patamar: R$ 363,88. (veja tabela abaixo). Após o segundo mês, o valor subiu gradativamente, com um pequeno recuo em novembro.

O feijão foi o item que mais encareceu durante o ano. O quilo do grão chegou a custar R$ 4,66 (alcançando seu ápice em maio). O motivo pelo qual o valor do alimento subiu tanto foi o clima. As fortes chuvas e a umidade no início do ano foram vilãs dos produtores, já que o feijão é frágil - mofa e estraga com facilidade. O pacote de um quilo fechou o ano custando R$ 3,67. A média de preço em 2012 ficou em R$ 3,94, sendo que em 2011 o valor médio era de R$ 2,39, variação de 64,99%.

Em segundo lugar está o arroz. O cereal também foi responsável por aumentar o valor das compras mensais das famílias. O pacote de cinco quilos, que custava R$ 7,06 em janeiro, encerrou o ano sendo vendido a R$ 10,61. A média anual ficou em R$ 8,14 contra os R$ 6,46 em 2011 - variação de 26,08%. O motivo que encareceu o item foi o mesmo do feijão: variações climáticas.

O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) - responsável pela pesquisa, Fábio Vezzá De Benedetto, explica que a mudança de clima (a mistura de frio e de calor) prejudica o cultivo desses alimentos. Quando estragam, por exemplo, as prateleiras dos mercados ficam vazias e os preços sobem.

Os hortifrutigranjeiros (frutas, verduras, legumes e ovos) também oscilaram bastante em 2012. Em agosto, por exemplo, o quilo do tomate era comercializado a R$ 6,44. Em abril o item custava R$ 2,34 (menor valor entre os 12 meses). "Assim como o arroz, o feijão e as folhas, o tomate é bastante perecível, estraga com facilidade. Em tempos de chuva, estiagem e frio esses itens acabam arrancando mais dos bolsos dos consumidores, já que a perda na produção é grande", diz o especialista.

O quilo da carne bovina de primeira (como coxão mole, contrafilé, filé mignon, alcatra ou maminha) não apresentou grandes mudanças durante este ano. O preço teve elevação entre agosto e outubro (R$ 15,06 e R$ 17,37, respectivamente), com queda e novembro (R$ 16,48) e estabilidade em dezembro (R$ 16,64). A média anual ficou em R$ 15,58, com variação de -0,35% em comparação com 2011 (R$ 15,63).

A carne branca seguiu passos contrários. O quilo do frango encareceu 6,72% de um ano para outro (2011 e 2012), cuja média passou de R$ 4,04 para R$ 4,31. Apesar de ter ficado mais cara, a carne branca ainda é uma opção muito mais em conta quando comparada com a vermelha.

Quanto aos demais itens da cesta, as elevações ou quedas nos valores fazem parte da concorrência entre mercados, de forma geral. Segundo De Benedetto, quando uma rede eleva o preço de algum produto, os demais também sobem. E se o consumo permanecer estável ou crescente, o item continuará com valor em patamar elevado.

 

 




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