Ousar. Fugir do lugar comum sem abandonar as premissas pautadas pelo luxo e o requinte. Procurar algo diferente ao conceito alemão de idealizar veículos premium. E não relegar o prazer ao volante. Com estes objetivos em mente, a Citroën materializou o belo DS5 (R$ 124,9 mil), crossover que chega ao Brasil para ampliar a família DS, por aqui representada desde abril pelo compacto DS3 e que a partir de março contará com o DS4.

Primeiro Citroën fabricado na planta de Sochaux, na França, onde até então haviam sido produzidos somente veículos Peugeot (marca do Grupo PSA), o DS5 traz sob o capô o polivalente e vigoroso motor 1.6 16V THP (Turbo High Pressure) a gasolina de 165 cv.

De linhas arrojadas, o DS5 impressiona pelo equilíbrio entre robustez e elegância. A dianteira, por exemplo, traz ampla entrada de ar com grade cromada. Luzes diurnas em LEDs complementam a personalidade do Citroën. Grande friso metálico de cerca de 1,2 metro - chamado de "espada" por Fabien Darche, responsável pelo estilo, cores e materiais do modelo - é uma das peculiaridades do crossover. A lateral de linha de cintura alta e área envidraçada reduzida traz vincos marcantes, e friso no rodapé das portas. De perfil, chama a atenção a coluna ‘A' longa e bastante inclinada, e o teto arredondado de queda acentuada na traseira - devido à ousadia dos traços, a última janela é em policarbonato, pois em vidro era impossível fazer. O visual shooting break marca a parte de trás do Citroën. Destaque para saída dupla de escapamento (ponteiras cromadas) acoplada ao para-choque. As rodas são de 18 polegadas.

Internamente, o requinte é marcante. Os bancos e volante são revestidos em couro natural e os detalhes utilizam alumínio autêntico (manopla do câmbio) e cromo acetinado. Destaque para o relógio analógico no painel central e comandos inspirados na aviação.

O DS5 tem 4,53 metros de comprimento, sendo 2,72 metros de distância entre os eixos. O porta-malas também abusa das medidas: 468 litros.

A lista de equipamentos de série é recheada. São seis air bags, freios ABS (antitravamento) com repartição eletrônica de frenagem (REF), controles de estabilidade (ESP) e tração (ASR), ar-condicionado digital de duas zonas, câmera de ré, sistema multimídia com tela de sete polegadas e tecnologia de navegação, controlador de velocidade, entre outros.

Motor de 165 cv atende às necessidades

O Citroën DS5 trata bem o motorista. Os ajustes elétricos do banco - que oferece também aquecimento e até massagem - auxiliam a encontrar a melhor posição ao volante, que também traz coluna com regulagens de altura e profundidade. No banco traseiro, porém, os ocupantes mais altos sofrem com o teto baixo e com o controle dos vidros posicionado junto às saídas do ar-condicionado, no duto central.

As acelerações e retomadas do motor 1.6 16V THP são satisfatórias - não espere a esportividade do DS3, afinal são dimensões e pesos diferentes. Os 24,4 mkgf de torque disponíveis a 1.400 rpm permitem que o Citroën seja esperto na cidade. A 120 km/h o conta-giros marca 2.500 rpm - e o silêncio impera na cabine.

O câmbio de seis marchas tem engates suaves. O condutor pode efetuar as trocas pela alavanca e, no caso do DS5, as aletas atrás do volante multifuncional não fazem falta devido à proposta do modelo. A suspensão firme e silenciosa poderia oferecer mais maciez.

O painel de instrumentos tem fácil leitura. Ponto positivo para o head-up display, mostrador acima do painel que mostra algumas funções, como velocidade e indicações do GPS. O joystic no console central elevado opera o sistema multimídia.