Apostei na Alemanha e a considerei favorita. Tinha razões para isso. Os comandados de Joaquim Löw pegaram uma chave difícil na primeira fase, enfrentaram os mais temidos adversários nas oitavas e quartas.

Não é fácil encarar equipes também favoritas nessas importantes fases do Mundial. E a Alemanha goleou Inglaterra e Argentina, comprovando os prognósticos de que poderia fazer a final com o Brasil.

Depois da decepção que tivemos em Porto Elizabete e os cruzamentos previstos e confirmados, os germânicos na final era pule de dez.

Enquanto isso a Espanha jogava bem, mas não marcava gols. Até a semifinal, contabilizava seis gols, sendo cinco de David Villa.

Taticamente, Vicente Del Bosque deu um nó no técnico adversário. Marcou com eficiência os jogadores mais criativos, baixou a temperatura do jogo, impôs o seu toque de bola e no final ganhou com méritos.

Será uma final eletrizante. Mas esse assunto comentaremos nos próximos dias.

BASTIDORES

A imprensa sul-africana comenta assunto delicado. Após a Copa, a bandidagem retornará às ruas. E a mesma insegurança que sempre se viu aqui vai voltar. Tivemos casos de roubos e assaltos durante o evento. Mas muito inferiores aos que se via antes. O governo nega que tenha feito acordo com os marginais. O que pode ter sido possível.

Os aeroportos de Madri e Barcelona estão lotados. Espanhóis foram à loucura com a chegada à final da Copa. Agora fazem qualquer coisa para conseguir voos. Vão chegar a Joanesburgo sem reservas de hotéis, mas conseguiram lugares com facilidade. Italianos, ingleses, brasileiros, argentinos e franceses foram embora frustrados.

Porto Elizabete será palco da decisão de terceiro e quarto lugares. Há uma preocupação com a má impressão que poderá causar se o estádio não ficar lotado. Isso porque a torcida uruguaia aqui na África é pequena e muitos alemães estão indo embora, tristes com a derrota para a Espanha. Vão acabar distribuindo ingressos.

Quem ganhar a Copa do Mundo no domingo sentirá o gostinho de ser campeão pela primeira vez. E ambos os times estão merecendo. A Holanda chegou perto em 1974 e 1978. Fez bonito em 1994 e 1998. E a Espanha, campeã da Europa, tem tradição no futebol e realiza um dos maiores campeonatos nacionais do mundo.

Dois nomes para dirigir a Seleção Brasileira estão sendo pouco comentados e não podem ser descartados: Paulo Roberto Falcão e Vanderlei Luxemburgo. Ricardo Teixeira não se faz de rogado e ouve todos os interlocutores que oferecem sugestões. E não é que até Joel Santana foi sugerido?

TOQUE FINAL

Ainda vai dar muito pano pra manga essa história do Morumbi ficar fora da Copa de 2014. A coletiva que aconteceu no Soccer City ontem desagradou os jornalistas brasileiros e frustrou os colegas estrangeiros.

Já havíamos antecipado que a ausência de Pelé não pegaria bem. Para responder a pergunta do repórter da rádio Transamérica, Marco Bello, o presidente do Comitê Organizador, Ricardo Teixeira, teve a deselegância de indicar o assessor de imprensa, Rodrigo Paiva.

A solenidade contou com Teixeira, Romário e Carlos Alberto Parreira. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não deveria ter ido. Foi uma deferência para quem não merece. Afinal, estão querendo boicotar a maior cidade da América Latina no Mundial.

O que se percebe é que há na intenção de vetar o Morumbi para que se construa um novo estádio na Capital.

Ricardo Teixeira disse que São Paulo só disputa com Rio de Janeiro e Brasília a possibilidade de ser sede do IBC, a central de imprensa da Copa. Podem escrever: esse assunto vai dar pano pra manga. Muito pano!

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.br