Embora apalavrado com o PTB, o ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) mantém conversas com outras lideranças partidárias e fará reunião hoje, em São Paulo, com o presidente estadual do PSB, Márcio França. Na pauta da negociação, a possível migração de sigla, garantia de tempo na TV no horário político e suporte da legenda para que o atual petebista possa disputar as eleições de 2014 – provavelmente à Assembleia Legislativa – e de 2016, novamente ao Paço.

França dará ultimato em Aidan para escolher rumo até fim de julho. Esse será o segundo encontro entre os dois. Os socialistas apontam na linha de corte, relativamente baixa, para atrair o ex-prefeito: margem de 65 mil votos para se eleger deputado estadual. Outro compromisso é deixar nas mãos do hoje petebista a coordenação regional do partido, cumprindo acordo de fortalecer campanha eleitoral antiPT no Grande ABC e apoiar a provável candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao Palácio do Planalto.

Aidan busca, prioritariamente, acertar as contas internamente no PTB ao garantir participação efetiva na campanha de reeleição do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), no ano que vem. Para firmar esse espaço, depende de reunião que vai acontecer nas próximas semanas com o mandatário estadual petebista, Campos Machado. O ex-prefeito espera ao menos obter vaga de assessor especial para auxiliar na empreitada no Grande ABC e Interior.

O petebista avaliou que a relação com o partido pode ser comparada com um casamento. “Como sempre falo no meu curso de noivos (ministro na igreja), o casamento deve ser alimentado dia a dia. Ninguém casa querendo separar”, disse Aidan, ao acrescentar que sempre vestiu a camisa do PTB, divulgou o número 14 amplamente em Santo André e aguarda projeto a longo prazo.

O PSB cresceu em âmbitos estadual e nacional no último processo eleitoral, porém carece de lideranças na região e declina no saldo de parlamentares. Prova disso é que não tem resultado positivo em pleito proporcional desde 2002, quando Orlando Morando, atualmente no PSDB, foi eleito pela primeira vez ao Parlamento paulista. As saídas de Morando e do ex-prefeito de São Bernardo William Dib (PSDB) enfraqueceram a legenda, que não conseguiu expandir desde então.