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Candidatos de Sto.André prometem disputa 'limpa'
Kléber Werneck
Especial para o Diário
09/10/2004 | 12:00
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Um acordo de cavalheiros firmado nesta sexta prevê o fim dos ataques entre os candidatos das coligações Continuando a Mudança, de João Avamileno (PT), e Frente Andreense, de Newton Brandão (PSDB), na campanha do segundo turno das eleições para prefeito de Santo André. A iniciativa do encontro foi do juiz eleitoral Marcelo Lopes Theodósio, que atuará como mediador nas causas polêmicas. A reunião aconteceu no Fórum de Santo André e estipulou ainda uma série de medidas que devem ser respeitadas pelas duas partes. "A intenção é termos uma campanha limpa", afirmou a chefe do cartório eleitoral, Marli Redigulo.

E a limpeza começará com o material de campanha. Ficou proibido a fixação de cartazes e bunners em postes. A Frente Andreense, inclusive, autorizou a retirada de seu material por parte da Prefeitura. "Queremos evitar toda aquela sujeira do primeiro turno", disse Marli.

Mas a conversa ficou delicada mesmo quando o assunto foram os ataques. Ficou proibida também a distribuição de jornais e folhetos que contenham denúncias contra o outro candidato. O juiz informou para as duas partes que pretende montar um esquema junto com a polícia para coibir esse tipo de propaganda. A ordem será apreender imediatamente a divulgação e depois discutir sua legalidade.

Mas os representantes dos dois candidatos fizeram reclamações quanto a este assunto. O PT falou do conhecido tablóide lançado pela Frente Andreense, que reproduzia notícias de jornais sobre a morte do prefeito Celso Daniel e o suposto esquema de arrecadação de propinas na cidade. Além disso, um suposto telemarketing estaria sendo realizado pelo grupo de Brandão. Os eleitores recebiam ligações em suas casas e eram induzidos a responder se achavam que havia vínculo entre o atual prefeito e as denúncias. "A Frente negou qualquer participação de sua cúpula de campanha, mas afirmou não ter certeza se isso seria obra de algum correligionário mais exaltado", disse o coordenador do PT, Mário Maurici.

A Frente, por sua vez, alegou que panfletos difamatórios estariam sendo distribuídos pelo PT. Na publicação, que não tem autoria definida, o conteúdo informava que a coligação de Brandão não gosta de favelas, entre outras coisas. "É uma mentira e está nos prejudicando", afirmou o coordenador do grupo, Ajan Marques.

Mesmo com as rusgas do primeiro turno, ambos cederam e se mostraram favoráveis ao acordo. A intenção do juiz é também diminuir o número de representações e processos na Justiça Eleitoral. Para que isso aconteça, e o acordo seja respeitado, serão realizadas reuniões todas as sexta-feiras até a data da eleição. "Será um fórum de debates permanente, onde discutiremos o que foi feito durante a semana", afirmou Maurici.

Os dois lados saíram da reunião dizendo que acreditam no cumprimento do acordo. "Acho que a conversa foi muito positiva, e as duas partes irão contribuir para manter o acordo", afirmou Maurici. "Da nossa parte, iremos cumprir, e acho que eles também", rebateu Ajan. Mas a desconfiança é mutua e evidente. O acordo está firmado, mas nos bastidores os dois lados se perguntam: "Até quando?".




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