A América Latina é uma região "pacífica" que destinou 1,4% de seu PIB (Produto Interno Bruto) para gastos de defesa em 2005, um dos orçamentos mais baixos do planeta, segundo um informe apresentado nesta terça-feira em Santiago pela Resdal (Rede de Segurança e Defesa da América Latina).

A região, que não enfrenta um conflito bélico desde a "Guerra do Condor" entre Peru e Equador em 1995, "é o lugar do planeta que menos gasta em matéria de defesa", disse Jaime Larreta, ex-vice-ministro da Defesa da Argentina e membro da Resdal.

Embora na América Latina "não haja um conceito único em matéria de defesa", existe um "ânimo pacifista" que leva os países a gastarem comparativamente pouco em relação com outras regiões do mundo, acrescentou o especialista ao comentar o informe da organização.

Em termos absolutos, o Brasil - o maior país da região -, é o que gasta mais recursos em Defesa. No ano passado, os gastos superaram US$ 11 bilhões, o equivalente a 1,84% de seu PIB.

Em termos relativos, no entanto, o país que mais gasta com defesa é o Equador. Em 2005, o gasto deste país foi de mais de 1 bilhão de dólares, equivalentes a 3,67% de seu PIB.

O Equador, de quase 13 milhões de habitantes, tem 4 mil oficiais ativos nos três departamentos das Forças Armadas e uma tropa de mais de 55.500 soldados.

A segunda nação que destinou mais recursos à defesa em relação a seu PIB foi o Chile, com um gasto que em 2005 superou os US$ 3,3 bilhões, equivalentes a 3,54% de seu produto.

Em terceiro lugar está a Colômbia - o país mantém há mais de quatro décadas uma guerra interna com as guerrilhas de esquerda e os paramilitares de direita -, que destinou no ano passado cerca de 3,1 bilhões de dólares à defesa, o equivalente a 3,28% de seu PIB.

Em quarto lugar está a Bolívia - o país mais pobre da América do Sul -, com um gasto de US$ 204 milhões, que representam 2,18% de seu PIB.