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Bancos são os mais rentáveis na Bolsa
Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
03/08/2010 | 07:03
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O bom desempenho dos bancos com os resultados do segmento empréstimos foi um dos pilares para alavancar o interesse dos investidores pelas ações das instituições financeiras em julho. De acordo com pesquisa divulgada ontem pela consultoria de mercado de capital aberta Economatica, as 35 ações do setor bancário tiveram rentabilidade média, na BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), de 23,39% no mês passado.

Na ponta do lápis, se um investidor colocou R$ 1.000 em ações de bancos no último dia de junho, seus papéis valeriam, aproximadamente, R$ 1.233 no fim de julho. A caderneta de poupança, investimento considerado mais seguro pelos especialistas, rendeu 0,61% no mês passado. Se o mesmo aporte ocorresse nesta modalidade, o capital teria retorno médio de R$ 1.006,10.

Mas o especialista em finanças pessoais e autor do livro Moneyfit, André Massaro, avisa: "Geralmente quando se toma decisão de compra de ação, é por alguma análise. Em nenhuma hipótese é boa decisão só porque subiu muito no mês passado", orientou.

Ele explicou que no mercado variável assim como uma ação pode subir 40% neste mês, ela pode cair 30% no mês que vem, ou mais. "O importante é avaliar o potencial de crescimento daqui para frente", afirmou.

O resultado do setor dos bancos ficou a 12,59 pontos percentuais acima da rentabilidade do Ibovespa. Este indicador mensura a variação das ações mais negociadas na Bolsa de São Paulo.

INTERESSE
A valorização das ações depende do humor do mercado. A economia em geral, mudanças nas empresas e anúncios de bons resultados são fatores determinantes na voracidade dos investidores. Quanto maior a demanda por um papel, maior sua valorização.

Massaro explica que a distribuição dos dividendos, que é a participação nos lucros das companhias para quem mantém seus papéis, é o fator mais forte que movimenta o mercado. "Então quanto melhor os dividendos, aumenta o interesse em comprar as ações, que por consequência são valorizadas pela maior demanda."

No caso do setor bancário, o professor Márcio Torres, que ministra aulas no curso de pós-graduação intensivo de finanças da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), disse que o aquecimento do segmento de crédito (empréstimos e financiamentos) é um dos pilares que sustentam o apetite do investidor. "Os juros no País estão entre os mais altos do mundo. E isso aumenta o lucro dos bancos", avaliou.

O último relatório das operações de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) divulgado pelo BC (Banco Central do Brasil), referente a junho, apontou que o saldo total dos empréstimos foi de R$ 1,529 trilhão. Este resultado representou aumento de 2% no mês, e o mesmo movimento, com percentuais diferentes, ocorreu nos meses anteriores deste ano.

O proprietário da corretora de valores mobiliários andreense Agea Investimentos, Ayrton Kamehiro Naka, acrescenta que "o rendimento é reflexo do crescimento do mercado de crédito no País. E a população está com mais facilidade para contratá-lo".

PÓDIO
O setor da construção conquistou a segunda maior rentabilidade, com 22,75%. Em seguida aparece o têxtil, com 18,11%, em julho, segundo a Economatica.


Especialista diz que análise é primordial antes de investir

Mesmo com rentabilidade alta, as ações devem ser observadas por meio de análises, afirmou o especialista em finanças pessoais André Massaro. "Se a pessoa não souber analisar, ela pode recorrer a profissionais da área, que sejam credenciados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários)."

Essas avaliações apontarão variáveis dos próximos resultados das ações com base no histórico dos papéis. E para isso é necessário conhecimento técnico. "É importante recorrer a um especialista da área. E nunca requisitar a ajudinha daquele amigo que diz entender o assunto. Está cheio de gurus por aí, mas a verdade é outra no mercado de ações", orientou.

Massaro prefere não apontar o período que o pequeno investidor deve deixar o capital aplicado em ações. "O importante é entrar com volume confortável de recursos para suportar as possíveis perdas. Isso porque no mercado de ações as desvalorizações são riscos reais", disse, explicando que com folga, é mais fácil aguentar as perdas. (Pedro Souza)




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