Bloqueio dos bens faz Volpi adiar anúncio de sucessor

As especulações em torno do escolhido de Clóvis Volpi (PV) para concorrer à sucessão tinham data para terminar: 7 de novembro, quando o verde anunciaria o indicado. Entretanto, o bloqueio das contas do prefeito de Ribeirão Pires e do secretário de Saúde, Jorge Mitidiero, mudou o curso da história. O evento para anunciar o candidato governista foi desmarcado e não há data prevista para que ele ocorra. Integrantes do Paço foram até o Ribeirão Futebol Clube, onde seria feito o evento, para desfazer a reserva do espaço.

Nos bastidores, comenta-se que Volpi deseja elaborar sua defesa na Justiça antes de declinar sua atenção ao nome do candidato. No dia 14, a juíza da 3ª Vara Cível de Ribeirão Pires concedeu liminar ao Ministério Público e congelou o patrimônio do chefe do Executivo.

A medida é proveniente de investigação do MP sobre convênio firmado entre a Prefeitura e o Instituto Acqua, em 2005. Mitidiero foi notificado ontem sobre seu problema com a Justiça. A expectativa é que Volpi seja informado da ação oficialmente hoje. São 15 dias para as partes entrarem com defesa.

A apreensão no governo não é declarada, mas a movimentação para blindar o detentor da bênção do prefeito para o pleito do ano que vem é nítida. A ideia é desvincular o fato judicial da administração. O verde sempre pregou segurança para externar o seu candidato e entende que o imbróglio judicial deixou o cenário turbulento e desfavorável.

Durante reunião com presidentes de partido aliados, o prefeito anunciou que adiaria a festa para que nada ofuscasse o anúncio. O vereador Edson Savietto, o Banha (PDT), estava presente no encontro, mas desconversou sobre a mudança na data do evento. "Não acredito que seja por causa do bloqueio. O prefeito está avaliando melhor. É preciso pensar bem, pois o nome precisa ser de consenso para não ter debandada", afirmou o pedetista.

Líder do governo e pré-candidato do PTB ao Paço, Antônio Muraki, disse que não está sabendo dos motivos que levaram ao adiamento e defendeu a postura do Volpi. "Assim como em São Caetano (onde o prefeito petebista José Auricchio Júnior também mantém indefinição do candidato), ainda não há nada. Essas cidades ficam numa panela de pressão. Acredito que a mudança é devido ao excesso de expectativa dos pré-candidatos", despistou. Outra versão propagada por pessoas ligadas ao Paço é que o resultados da pesquisa eleitoral realizada no dia 12 de outubro não ficou pronto e por isso o candidato não foi escolhido.

Porém, para muitos, não há mistério. O vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), é tido como favorito. Os rumores de que o martelo está batido cresceram após a inauguração da Santa Casa, no dia 16. Volpi não compareceu ao evento de inauguração e deixou o caminho - e o palanque - livre para Dedé. O deputado estadual Alex Manente também marcou presença e não economizou nos elogios para seu afilhado político. O fato incomodou integrantes do governo, principalmente republicanos.