De todas as denúncias de abuso sexual infantil recebidas pelo Crami no ano passado, segundo coordenador-geral da entidade, Marcelo Moreira Neumann, 60% das vítimas são meninas, entre 5 e 12 anos.
“A criança se sente culpada porque não consegue contar (que sofreu abuso). E quando conta, se sente novamente culpada porque pensa que está destruindo a família”, disse Neumann. Outro dado alarmante é que 90% dos casos de violência sexual infantil são cometidos dentro de casa, pelo pai ou padrasto. Nos casos restantes, o crime é cometido por pessoas que freqüentam a casa.
As pessoas, alerta Neumann, devem denunciar os casos ao Conselho Tutelar do município. A denúncia é anônima. Também é possível denunciar ao Disque-Denúncia de Abuso e Exploração Sexual, dos ministérios da Saúde e do Turismo e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, pelo número 0800-990500, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A ligação é gratuita.
Araceli – O Dia Nacional de Luta contra Violência, Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi criado em 2000 a pedido do Fórum Nacional DCA (Direito da Criança e do Adolescente). O símbolo desta luta é a menina Araceli Santos, do Espírito Santos, que foi seqüestrada, torturada, violentada e morta aos 9 anos há 30 anos – o crime chocou o país. A história de Araceli se transformou no livro Araceli, meu amor, do escritor e jornalista José Louzeiro. Os agressores, segundo as entidades, permaneceram impunes. A data especial também foi citada durante a realização do Seminário Pacto São Paulo, movimento social lançado em 2001 pelo Crami, Visão Mundial e o Condeca (Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado de São Paulo).
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