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Francesa compra 51% do capital de empresa do ABC
Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
05/03/2006 | 08:06
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A Omnisys Engenharia, de São Caetano, especialista no desenvolvimento de peças e equipamentos usados em radares e satélites responsáveis pelo controle do tráfego aéreo brasileiro, vendeu 51% de seu capital para a francesa Thales International, que também atua no mesmo segmento. O objetivo da união é desenvolver um novo tipo de radar para monitorar o espaço aéreo do Brasil e tornar o país uma plataforma mundial de exportação dessa tecnologia.

Segundo o presidente da Omnisys, Luiz Manuel Henriques, radares de longo alcance para monitorar a rota de aeronaves serão fabricados a partir de 2008 utilizando capital produtivo das duas empresas. “O Brasil não precisará mais importar radares, pois em dois anos estaremos fabricando equipamentos inteiramente nacionais e exportando também”, diz Henriques.

A relação entre as duas companhias começou em 2001, quando a Thales venceu uma licitação do governo brasileiro – um contrato de US$ 120 milhões – para modernizar os radares que monitoram o espaço aéreo nacional. A empresa francesa precisava de apoio técnico e operacional e subcontratou a Omnisys, que conhece bem o segmento no mercado nacional.

O Brasil possui 87 radares em funcionamento, todos fabricados entre as décadas de 70 e 80. “A maioria está ultrapassada”, observa o presidente da Omnisys. Ambas as companhias prevêem a conclusão desse projeto em 2010.

Dessa união, a Thales enxergou uma oportunidade de estabelecer uma base mundial de fabricação de radares no país. Com um escritório instalado no Rio de Janeiro, a empresa já vinha estudando o mercado nacional há algum tempo, além de participar de licitações públicas para fornecer tecnologia para o setor aeroespacial nacional.

Para consolidar essa base, a sede da Omnisys de São Caetano, uma área de 3 mil m², deverá ser ampliada durante a fase de desenvolvimento do protótipo do novo radar, que deverá durar entre 18 e 24 meses. A nova tecnologia poderá ser utilizada no processo de modernização dos 87 radares brasileiros.

Transação – A negociação para a aquisição de 51% das cotas da Omnisys foi selada em dezembro passado. Desde então, a empresa – que não vai mudar de nome – passou a ser controlada por um Conselho de Administração composto por representantes das duas companhias. Porém, todo o quadro gerencial da empresa de São Caetano foi mantido. Os valores da transação não são revelados.

O grupo francês, em seu país-sede, é o principal fornecedor de equipamentos para caças militares, além de ser gestor do sistema de informação e comunicação do Exército francês, entre outras atividades que incluem sistemas de segurança para o Museu do Louvre, Estádio da França e para o Ministério das Finanças, localizados na capital Paris.

Formada em 1997 por um grupo de engenheiros eletrônicos, a Omnisys registrou aumento de 10,5% no faturamento em 2005 (R$ 21 milhões) em relação a 2004 (R$ 19 milhões). Para este ano, o presidente Luiz Henriques estima uma receita de R$ 30 milhões. Em 2001, a empresa faturava R$ 4,5 milhões e empregava 30 funcionários. Hoje emprega 186.




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