Cultura & Lazer Titulo
Melhores e piores da TV
Melina Dias
Do Diário do Grande ABC
23/12/2007 | 07:12
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Como acontece há 18 anos, mais de 50 editores de jornais e portais que publicam o material da agência carioca TV Press são convidados a votar nos melhores e piores da televisão nas categorias dramaturgia, jornalismo e variedades. Há também duas categorias, digamos assim, cricris: mala pesada e momento bizarro.

Este ano, o resultado na dramaturgia foi bastante consagrador para Paraíso Tropical; levou melhor novela, autor (Gilberto Braga), atriz (Camila Pitanga), ator (Wagner Moura).

Mas, na mesma categoria, a Globo foi mal em algumas indicações. Eterna Magia foi a pior novela, assim como sua autora, Elizabeth Jhin.

Mas a Globo ficou aquém dos anos anteriores nas categorias de Jornalismo. Quem mais se sobressaiu por trás das bancadas com comentários pertinentes foi o jornalista Ricardo Boechat, eleito melhor apresentador no Jornal da Band.

A Globo, por sua vez, se destacou na reportagem com Profissão Repórter, do inquieto Caco Barcellos. O programa ganhou como melhor produção jornalística.

A Rede TV! este ano conseguiu ganhar grande parte das categorias indicadas a pior. Só no jornalismo, a emissora que anuncia ser a “que mais cresce no Brasil”, desceu ladeira abaixo em algumas produções. Além de pior telejornal para o Rede TV News, também levou pior apresentador pelo estilo sensacionalista de Marcelo Rezende.

O resultado reflete o crescente investimento da emissora em programas de baixaria e de qualidade duvidosa. Tanto que, este ano, a Rede TV! chegou a contratar a ex-BBB Íris Stefanelli para a apresentação do TV Fama, considerado o pior programa de variedades. Como se não bastasse, a apresentação tatibitate da loura e de seus sucessivos e incorrigíveis erros a elegeram a mala pesada 2007.

Em compensação, este ano a Rede TV! levou a melhor na categoria melhor produção humorística com Pânico na TV. Os quadros bem-humorados e assumidamente trash se consagraram pela irreverência e personalidade própria e superaram as piadas repetitivas do Casseta & Planeta, Urgente!.

Alguns desenhos se mantêm criativos, como Pica-pau e Bob Esponja, que este ano fizeram bonito no ibope, mas quem levou como melhor foi Os Simpsons, da Globo.

Quem também fez bonito foi a Record, cada vez mais empenhada em investir em entretenimento. O reality show O Aprendiz 4 – O Sócio, apresentado por Roberto Justus, foi eleito o melhor programa de competição com boa votação.

Outra boa sacada da emissora foi apostar na bem-sucedida série Heroes nas noites de domingo. Mas nas madrugadas de sábado, a votação deste ano continuou fiel ao Altas Horas, da Globo, considerado melhor programa de auditório pelo sétimo ano consecutivo.

Nem sempre a tradição ganha. O veterano Galvão Bueno passou por situação constrangedora: um gigantesco coro no Maracanã entoou coisas impublicáveis. Foi do apresentador o momento bizarro de 2007. (Com TV Press)

Dramaturgia
NOVELA
Melhor: Paraíso Tropical
2º melhor: Vidas Opostas
O que mexeu com o imaginário do público foi o gingado de Bebel, de Camila Pitanga, e as armações de Taís, uma das gêmeas interpretadas por Alessandra Negrini. Mas também contou com personagens chatos, como o enfadonho casalzinho de protagonistas Paula e Daniel, de Negrini e Fábio Assunção.

Pior: Eterna Magia
2º pior: Maria Esperança
Desde o início era previsível que não funcionaria a mistura das bruxarias com uma fictícia colônia irlandesa em Minas Gerais. Parece ter enterrado definitivamente uma “caveira de burro” no horário das seis da Globo.

ATRIZ REVELAÇÃO
Melhor: Leona Cavalli
2º melhor: Patrícia Werneck
Premiada no teatro e no cinema, Leona Cavalli mostrou a que veio este ano na TV. Seja como a cortesã Justine na minissérie Amazônia - De Galvez a Chico Mendes ou como a drogada Dália de Duas Caras.

ATOR REVELAÇÃO
Melhor: Thiago Mendonça
2º melhor: Gustavo Leão
Na pele de Bernardinho, Thiago Mendonça soube compor essa delicada alquimia que é um gay que acaba se apaixonando por uma mulher.

ATOR
Melhor: Wagner Moura
2º melhor: Heitor Martinez
Falar que este foi o ano de Wagner Moura é chover no molhado. Heitor Martinez causou arrepios como o obsessivo traficante Jacson, em Vidas Opostas.

Pior: Dalton Vigh
2º pior: Thiago Lacerda
Dalton Vigh nunca foi um ator expressivo. Mas como o golpista Marconi Ferraço, de Duas Caras, tem se superado na forma robótica de tirar a vida de suas cenas.

ATRIZ
Melhor: Camila Pitanga
2º melhor: Giovanna Antonelli
A Bebel de Camila Pitanga , obcecada pelas “cuecas maneiras” de Olavo, de Wagner Moura, virou uma espécie de Gabriela, de Jorge Amado, dos tempos atuais. Ambas não podiam ver um “moço bonito.”

Pior: Malu Mader
2º pior: Bianca Rinaldi
Malu não tem conseguido convencer como a heroína romântica de meia-idade.

ATRIZ COADJUVANTE
Melhor: Beth Goulart
2º melhor: Vera Holtz
Beth Goulart melhorou com o tempo. Mas foi com a Neli de Paraíso Tropical, seu melhor papel na tevê em 31 anos de carreira em novelas, que a atriz mostrou uma atuação memorável.

ATOR COADJUVANTE
Melhor: Tony Ramos
2º melhor: Chico Diaz
Tony Ramos como o Antenor de Paraíso Tropical deu verdadeiras aulas de interpretação.

AUTOR
Melhor: Gilberto Braga
2º melhor: Marcílio Moraes, de Vidas Opostas
Paraíso Tropical teve 179 capítulos e foi a menor novela das oito dos últimos 11 anos. Mesmo assim, teve todos os melhores ingredientes de Gilberto Braga: um ‘quem matou?’, polêmicas sexuais e muito sarcasmo.

Pior: Elizabeth Jhin
2º pior: Letícia Dornelles, de Amigas e Rivais
Elizabeth Jhin tinha a missão de alavancar a fracassada audiência do horário das seis da Globo. A trama registrou uma das piores audiências já vistas (média de 26 pontos) e estreou com o pé esquerdo: contou com a presença do azarado Paulo Coelho no capítulo de estréia. Paulo já havia dado as caras em Brida, que fechou as portas da extinta Manchete.

DIRETOR
Melhor: Dennis Carvalho
2º melhor: Alexandre Avancini, de Caminhos do Coração

Dennis Carvalho decifra a correta intenção dos autores.

Pior: Henrique Martins
2º pior: Jacques Lagoa, de Amigas e Rivais
O perdedor dirigiu o fiasco Maria Esperança no SBT. Agumas cenas chegavam a ser risíveis. Sem contar uma fumaça parecida com uma névoa branca, presente em boa parte do folhetim.

SÉRIE
Melhor: A Grande Família
2º melhor: Minha Nada Mole Vida
O programa, que está no ar desde 2001, leva o troféu de melhor desde quando foi lançado.

Pior: A Pedra do Reino
2º pior: Toma Lá, Dá Cá
As imagens eram belas, mas a idéia era bem difícil de entender, parecia dialeto. O diretor Luiz Fernando Carvalho adaptou A Pedra do Reino, e a produção chegou a amargar 9 pontos no ibope, a pior marca da Globo nos últimos tempos.




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