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Serra defende maioridade penal
03/08/2006 | 00:05
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O candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, José Serra, defendeu a manutenção da maioridade penal nos atuais 18 anos, com a ressalva de aumentar a pena dos menores de alta periculosidade e deixá-los separados daqueles detidos por crimes leves. “É importante que os menores delinqüentes, os assassinos, possam ficar separados, cumprir penas fixas e maiores”, disse, em Pirassununga.

Segundo o candidato, o isolamento dos menores mais perigosos seria realizado em celas das próprias Febens e caberia à Justiça e ao Legislativo analisar a progressão das penas. “Com esta proposta, aquele Champinha não sairia”, exemplificou ele, que considerou o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) “um bom estatuto, mas que precisa ser atualizado”.

Serra percorreu algumas ruas da cidade e, em uma loja de roupas femininas, o burburinho de sua comitiva constrangeu uma consumidora que estava no provador. “Ai, o Serra está aqui!”, avisou a vendedora ao ver a pequena loja ser tomada por fotógrafos e cinegrafistas. “Não entra aqui que eu estou pelada”, reagiu a mulher no provador.

Ao dar entrevista, o candidato passou por novo contratempo. Um grupo de estudantes de Engenharia de Alimentos do campus da USP (Universidade de São Paulo) de Pirassununga, que acompanhou toda a visita de Serra em silêncio, usando narizes de palhaço e mostrando um cartaz que pregava o voto nulo e cobrava verbas para a educação, foi agredido pela comitiva do candidato. “Não tomei conhecimento (do protesto)”, disse Serra. “Mas estão um pouco fora de foco. Eu não sou governador, estou apenas em campanha aqui”.

O presidente estadual do PSDB, Sidney Beraldo, acompanhava o dia de campanha e lamentou o episódio. “Foi um absurdo. Respeitamos qualquer tipo de manifestação e essa era uma manifestação legítima”, reconheceu. “Foi um equívoco, orientamos todos a não cair nas provocações e isso não vai se repetir”, prometeu.

Arrelientos – Serra ainda fez campanha em Leme e Araras, cidades próximas a Pirassununga. Na primeira, disse que os integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) paulista “estão a fim de arreliar” ao prometerem acelerar as invasões no Estado para conter o crescimento da cultura da cana. “Eles são arrelientos”, insistiu Serra, que vem propondo a construção de um ’alcoolduto’ ligando o interior ao porto de São Sebastião para impulsionar a produção e exportação de etanol.

Em Araras, andou pelo calçadão e visitou lojas do centro comercial, que mantém os paralelepípedos nas ruas. Uma Belina azul, que serviu de carro de som, anunciava: “A bonita Araras recebe a visita do futuro governador de São Paulo”.

No caminho – andou seis quadras – comprou pão de mel e entrou em uma farmácia. ‘‘Essa farmácia é especializada em genéricos’’, disse, recebendo aplausos da comitiva. O tucano prometeu acabar com as celas dentro das delegacias e criar em Araras a Delegacia Participativa, parceria entre o Estado, município, o empresariado e a população local. O candidato não soube detalhar o projeto.




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