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Russos se preparam para comemorar Natal ortodoxo
Do Diário do Grande ABC
06/01/2000 | 12:00
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Duas semanas depois da comemoraçao do Natal católico, milhares de russos moradores de Israel, se preparam para comemorar nesta sexta-feira o Natal ortodoxo em sua nova pátria.

Segundo números oficiais, há em Israel 157 mil cristaos, 32 mil deles ortodoxos. Nos territórios palestinos, os cristaos sao 80 mil, a maioria deles de rito ortodoxo.

De acordo com os dados do Ministério israelense do Interior, do total de 800 mil imigrantes que partiram dos países da antiga Uniao Soviética (especialmente da Rússia) para Israel nos anos noventa, 200 mil eram nao-judeus.

O número explica a efervescência dos últimos dias nas cidades de grande densidade populacional de origem russa, como Haifa, Netanya ou Ashdodm (perto de Tel Aviv), onde eram evidentes as longas filas nos açougues nao-kosher, lado a lado com árvores de Natal, guirlandas e as luzes piscando nas lojas com seus nomes escritos em russo e hebraico.

Na manha desta quinta-feira, véspera do Natal ortodoxo, o centro comercial mais chique de Tel Aviv, o Dizengof Center, foi literalmente tomado de assalto pelos ``russos' que faziam suas compras de última hora.

Ashdod, bairro litorâneo de Yud Alef, é apelidado de ``a pequena Rússia'. Nestes dias de festa, os negócios sao prósperos e os moradores judeus ortodoxos nao têm outra opçao que se adaptar à realidade e aceitar a vizinhança dos açougues que vendem carne de porco.

``Que querem que eu lhes diga? Eles (os russos) também têm o direito de manter seus costumes', disse com ar resignado Israel Israeli, um judeu ortodoxo que diz ser eleitor do partido ultra-ortodoxo Shass, hostil aos imigrantes nao-judeus.

Em Ashdod, um terço dos 180 mil habitantes sao russos. A proporçao é similar em Netanya e em outras cidades da regiao. Mas é sobretudo para Haifa e Tel Aviv que esperam viajar para comemorar ``seu' Natal do ponto mais alto. Nas duas cidades, muitos restaurantes e saloes de festa oferecem ceias especiais.

Na missao ortodoxa russa de Jerusalém, explica-se que a tradiçao religiosa é que o Natal marca o ``sochnik', período de 40 dias de ``vigília' durante o qual os fiéis se abstêm de comer carne e manteiga.

Victoria Martinova, repórter do jornal de língua russa Vesty, disse que ``depois deste período de austeridade, se recomenda comer no Natal uma ceia farta, em particular com carne de porco, e estar em festa'.




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