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SIP discute futuro da mídia impressa diante do sucesso da imprensa digital
Por Da AFP
29/09/2006 | 19:01
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O futuro da tradicional mídia impressa diante do sucesso da imprensa digital é um dos temas centrais de debate durante a 62ª Assembléia Anual da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), que começou nesta sexta-feira na capital mexicana.

No início dos debates, dezenas de editores reconheceram que a imprensa da região deve o quanto antes superar o desafio representado pelas novas tecnologias.

"A era digital caiu em cima de nós, eu acho que o desafio é aceitá-la, adequar-se e sobreviver ou morrer; nenhum meio vai poder se dar o luxo de renunciar à multimídia", disse à AFP José Elías Tárano, editor do jornal guatemalteco Nuestro Diario.

O futuro dos jornais, depois do surgimento e do desenvolvimento da internet, da globalização econômica e do papel da imprensa nos processos democráticos são apenas alguns dos temas expostos na Assembléia por, entre outros, o editor do jornal nova-iorquino The Wall Street Journal, L. Gordon Crovitz, e o magnata mexicano Carlos Slim, o homem mais rico da América Latina.

"Não devemos entender a mídia como uma única unidade, mas como uma extensão das capacidades humanas, o ser humano precisa de entretenimento, mas também precisa saber onde está para agir na democracia, este é o grande desafio que temos", disse, por sua vez, Silvia Pellegrini, ex-editora do chileno Canal 13.

O papel das agências de informação na era digital também estará presente no encontro, com a participação de diretores destes serviços de informação, entre eles Pierre Louette, presidente diretor-geral da Agência France-Presse.

Sob o título de "Parem este trem que eu quero embarcar", em alusão às dificuldades que para muitos representa incorporar as ferramentas da revolução digital à mídia tradicional, editores de Brasil, Espanha, Estados Unidos, Hong Kong, França e México, entre outros, querem encontrar "a sinergia exata" que permita modernizar os jornais sem perder clientes ou leitores.

"É preciso conhecer os novos produtos que estão no mercado, as novas idéias que circulam, o certo é voltar à origem da mídia sem nos esquecermos das necessidades comerciais", acrescentou Pellegrini.

A Assembléia da SIP também incluiu em seu programa um colóquio sobre os "desafios para as Américas", a cargo de Thomas Shannon, vice-secretário de Estado americano, e um painel no qual o ex-presidente do governo espanhol Felipe González falará sobre democracia, depois da intervenção do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

Por sua vez, a Comissão da Liberdade de Imprensa e Informação da SIP apresentará relatórios de cada país, com o problema crescente do narcotráfico como pano de fundo.

"A cada seis meses, quando a SIP celebra sua reunião, são lidos os nomes dos jornalistas assassinados e diria que a maioria dos casos são relacionados com suas reportagens sobre narcotráfico. Este problema está crescendo", disse Diana Daniels, presidente da SIP, em declarações publicadas pelo jornal El Universal.

A assembléia da SIP começou em meio a uma polêmica pelas recentes declarações do ministro venezuelano da Informação, Willian Lara, que qualificou a SIP de uma "sociedade interamericana de exploradores de jornalistas".



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