Política Titulo Flexibilização
Congresso Nacional debate possíveis mudanças de regras nos regimes municipais de Previdência

Propostas preveem até autorizar contratação de crédito consignado

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
13/11/2017 | 07:00
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Em um momento de crise financeira, possíveis alterações na legislação dos regimes municipais de Previdência são debatidas no Congresso. Entre as medidas que podem ser adotadas estão a possibilidade de autorização para oferecimento de crédito consignado e a transferência da gestão para a Funpresp (Fundação Nacional de Previdência Complementar do Servidor Público).

No caso da primeira proposta, o tema ainda não é objeto de projeto de lei, apesar disso diversos fundos municipais mantêm conversas com instituições que oferecem essa modalidade de empréstimo.

Para o professor de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) Rodolfo Olivo, o crédito consignado pode ser boa saída para a melhora da saúde financeira dos fundos. “Seria interessante porque dentro do padrão que temos no Brasil, com juros altos no cheque especial e no cartão de crédito, seria operação com boa demanda e de risco baixo. Mas é necessário sempre fazer uma análise do perfil do tomador”, ponderou o especialista.

A mesma visão é compartilhada pelo superintendente do Imprerp (Instituto Municipal de Previdência de Ribeirão Pires), Patrick Pavan, que enxerga no formato uma alternativa de incrementar o caixa da entidade. “Vejo como algo viável e que teria boa rentabilidade nas aplicações da instituição. É possível prever que uma operação como essa poderia render quase o dobro, em média.”

O fundo municipal em Ribeirão conta com 450 pensionistas e aposentados, possui saúde financeira regular e tem recebido os repasses da Prefeitura em dia.

Tramita no Congresso um projeto de lei do deputado federal Daniel Vilela (PMDB-GO) que pode autorizar o Funpresp a assumir 100% da gestão de fundos. A justificativa do projeto é que, ao tomar o controle, a entidade federal reduziria os custos e teria instrumentos para melhorar a rentabilidade.

Na opinião de Rodolfo Olivo, a flexibilização no modelo atual seria necessária para evitar a falência de fundos. “É importante deixar a gestão mais livre até porque em caso de quebra, muitos serviços essenciais do município seriam paralisados e demandariam saída emergencial. Acredito ainda que poderíamos até avançar para modalidades como a fusão de fundos para o ganho de escala”, finalizou. 




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