A inadimplência do brasileiro com o financiamento de veículos é a maior dos últimos 30 meses. Em janeiro, o indicador da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) indicou que 5,3% dos consumidores estão com atrasos nas prestações superiores a 90 dias, que totalizam R$ 10,045 bilhões. Em julho de 2009, o percentual chegou a 5,3%.

Na comparação com janeiro de 2011, houve aumento na inadimplência de 2,7 pontos percentuais. Segundo o presidente da Anef, Décio Carbonari, o aumento não é positivo, mas a situação segue sob controle. "A retomada da economia e o avanço da renda do brasileiro deverão baixar o índice nos próximos meses", avalia.

Para o consultor da ADK Automotive Paulo Roberto Garbossa, quando a fatia de devedores passa de 5% luz amarela se acende e todas as financeiras correm para segurar a inadimplência. "As empresas começam a oferecer condições para esse consumidor, como jogar as parcelas em aberto para o fim do financiamento ou diluir o valor em 12 vezes."

O especialista comenta que é justamente devido ao aumento no número de calotes que o governo está reduzindo a taxa básica de juros. Como consumidor quebrado não comprar mais, a ideia é ajudá-lo a sair dessa situação. Garbossa endossa que a administração das finanças é mais complicada àqueles que compram o primeiro carro. "Ao adquirir um veículo com prestações de R$ 400, é importante reservar pelo menos o dobro dessa quantia no orçamento. Existem gastos com combustível, IPVA e seguros", lembra. Ele também acredita que nos próximos meses o número de devedores caíra.

CENÁRIO -O saldo total de crédito para aquisição de automóveis fechou o mês de janeiro em R$ 200,9 bilhões, crescimento de 8% frente ao mesmo período de 2011.

O crescimento de crédito do Sistema Financeiro Nacional foi de 18,4% nesse período, o que indica que menos pessoas buscam comprar carro durante os meses de janeiro e fevereiro por meio de financiamentos. A taxa de juros, por sua vez, fechou em 2% ao mês