Os vereadores Luiz Zacarias (PTB, eleito vice na chapa), Donizeti Pereira (PV, coordenador da campanha), Ailton Lima (SD, prefeiturável, apoiador no segundo turno) e Almir Cicote (PSB) formam núcleo de confiança do prefeito eleito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), parlamentar por dois mandatos na Câmara. Os aliados integram lista de boa relação do tucano e devem compor o próximo governo. Os três primeiros já não terão mandato legislativo a partir de 2017, ficando exceção a Cicote, reeleito. Embora se cogite também a hipótese de o socialista compor a gestão, há relatos de que ele, com sua experiência, seria peça fundamental na Casa.

Além de compor a dobrada, Zacarias, por exemplo, foi essencial na vitória parcial da empreitada tucana na etapa inicial do pleito, ampliando o leque de votação, principalmente no reduto chamado de ‘Zacarolândia’, compreendendo a região da Vila Palmares. Ele era pré-candidato ao Paço no início do ano. Retirou seu nome para aderir à proposta de Paulo Serra com o convencimento e aval da ex-vice-prefeita e ex-vereadora Dinah Zekcer, presidente local do PTB. Antes da votação da fase derradeira do páreo, Zacarias afirmou que ainda não se tratou sobre primeiro escalão, a critério do prefeito eleito. “Não falamos sobre isso.”

Donizeti, por sua vez, foi escolhido para encabeçar a coordenação no primeiro momento da campanha, logo quando o verde desistiu de concorrer à reeleição no Legislativo. Foi sondado como vice, espaço mais à frente ocupado pelo PTB. Teve papel de destaque ao trabalhar as chapas de vereadores. A coligação fez seis cadeiras (quatro tucanos e dois petebistas). O verde é cotado a comandar a futura Secretaria de Meio Ambiente, Pasta que pode gerenciar o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Paulo venceu a eleição com 276,5 mil (78,21%) votos. Para Donizeti, a grande votação traz “muito mais responsabilidade, junto com legitimidade”. “Dá respaldo e força, guardadas as devidas proporções, a fazer plano do governador Mário Covas (PSDB, morto em 2001) de sanear contas. Santo André está terra arrasada”, pontuou o verde.

Assim como Donizeti, Ailton e Cicote fazem parte do rol de amizade extrapolítica – ambos entraram na coordenação na etapa final. “Principal reflexo da votação é rejeição do modo petista de governo. A campanha desde o início mostrou-se consistente, agregando novos parceiros. Após o primeiro turno, o Paulo teve sensibilidade de bom gestor de trazer outras forças políticas, como Ailton, PSB, DEM, Rafael Daniel (PMDB). Não é pessoa que olha só para dentro”, defendeu Cicote. Ailton corroborou com a tese, citando “maturidade” do tucano ao tratar da responsabilidade de gerir o Paço. “Dispensou algumas alianças, sendo criterioso. Tenho certeza que será exitoso. Vai trabalhar para governo de oito anos.”