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Mãe critica polícia no caso Hopi Hari
Por Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
04/12/2007 | 07:00
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Pouco mais de um mês após a morte do estudante Arthur Wolf, 15 anos, que passou mal em uma atração do parque temático Hopi Hari, sua mãe, Marli Aparecida Satalo, 51 anos, critica o trabalho de investigação da Polícia Civil de Vinhedo, responsável pela condução do inquérito sobre a morte.

Para Marli, a polícia ignora fatos relevantes, como laudos médicos atestando a saúde do rapaz – e suspeita de demora no atendimento prestado no parque ao adolescente.

Arthur teve um de edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões, situação às vezes relacionadas a problemas cardíacos) ao sair da atração Labirinto, do parque. Ele sofreu duas paradas cardíacas, sendo a última fatal, já no Hospital Paulo Sacramento, em Jundiaí. Há suspeita de que o menino tenha se intoxicado com a fumaça da atração. O exame da fumaça já foi concluído, mas o esclarecimento do caso ainda depende do resultado do exame necroscópico do menino.

Policiais da Delegacia de Vinhedo divulgaram depoimentos de testemunhas do caso, que relataram que Arthur tinha problemas respiratórios. “A polícia se apega a depoimentos de pessoas do parque que disseram ter ouvido de amigos do Arthur que ele tinha asma. A menina que estava com ele no dia, que foi ouvida pela polícia, mal conhecia ele. Meu filho não tinha doença alguma”, diz a mãe.

Marli afirma que Arthur tinha acompanhamento da hebiatria da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC por ter crescido demais. E que a faculdade tem todo o histórico médico do menino, que pode atestar a ausência de qualquer doença respiratória. A polícia não solicitou esses prontuários até hoje, segundo Marli.

“O que mais me magoa é que fico sabendo das coisas pela imprensa. Quando terminou o laudo na fumaça, soube pela imprensa. E a polícia divulga depoimentos de pessoas que não conheciam o Arthur e falam que ele tinha problemas respiratórios”, diz.

Outra suspeita da mãe é referente ao tempo de atendimento. Marli diz que seu filho passou mal às 17h30, mas só deu entrada no hospital às 20h24. Às 20h25, ele morreu. “Tenho certeza de que ele já chegou morto”, diz a mãe.

Marli tentou, sem sucesso, transferir a investigação para a Polícia Civil de Santo André. Na quinta-feira, ela tem reunião marcada com o delegado-corregedor da Delegacia Seccional de Campinas, responsável por Vinhedo.



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