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MTST protesta contra reintegração de posse

Integrantes do movimento interditaram ontem à tarde duas faixas da Avenida Industrial

Daniel Macário
Natália Fernandjes
16/07/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Ocupantes de espaço público localizado no Jardim Alvorada, em Santo André, realizaram, na tarde de ontem, manifestação contra a reintegração de posse do terreno, autorizada pela Justiça no dia 12. Cerca de 2.300 famílias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) estão acampadas em área de 15 mil m² desde sábado.

Os integrantes do movimento se reuniram ontem, por volta das 15h, em frente à agência da Caixa Econômica Federal, localizada na Avenida Industrial. No local, o grupo dialogou com representantes da instituição bancária a fim de deliberar pautas do movimento. “Sabemos que a Caixa é somente uma intermediária nos projetos habitacionais. Nossa reivindicação nessa reunião foi a de que eles ao menos nos ajudassem a repassar nossas pautas ao governo federal”, destacou uma das organizadoras do movimento, Maria das Dores Cerqueira.

Em nota, a Caixa Econômica Federal afirmou o compromisso de “encaminhar as reivindicações aos ministérios responsáveis.”

De acordo com Maria, embora a Prefeitura tenha solicitado a reintegração de posse do terreno, o grupo irá permanecer em ocupação pacífica. “Entramos hoje (ontem) com recurso. Nosso objetivo é manter diálogo com a Prefeitura para encontrar a melhor saída para todos.”

REINTEGRAÇÃO

Embora já autorizada pelo juiz Marcelo Franzin Paulo, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santo André, a reintegração de posse do terreno ainda não tem data para acontecer. A organização da ação foi tema de encontro na manhã de ontem entre o prefeito Carlos Grana (PT) e o comandante do 41º Batalhão da PM (Polícia Militar, coronel Paulo Roberto Vieira. “Vamos mapear a área, saber quantas pessoas, quantos policiais serão necessários”, diz o coronel.

“Só não fizemos a desocupação ainda porque é um processo delicado e sabemos da existência de crianças e mulheres, mas não vamos aceitar acampamento em nenhuma localidade do município. Já temos política habitacional em curso na cidade e diálogo com os diversos movimentos sociais existentes. Não é possível que o MTST fure fila e desorganize essa política”, ressaltou o prefeito. Conforme o chefe do Executivo, o cadastramento das 2.000 famílias acampadas em programas habitacionais está fora de cogitação.

Outra questão rechaçada pelo prefeito é a possibilidade de uso do terreno para a construção de unidades habitacionais. “É uma área imprópria porque tem recuo da (AES) Eletropaulo e também é acidentada.”

Conforme a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação em exercício, Denise Lenhari Zirondi, será realizada reunião com a liderança do movimento entre segunda e terça-feira para acertar os detalhes da desocupação. “Esperamos que seja reintegração pacífica.” 




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