Setecidades Titulo Mobilidade
Obras em terminais de ônibus de Mauá ficam no papel

Intervenções para construção de equipamento
e reforma de outros dois sequer tem um prazo

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
16/07/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Anunciado em 2013 pela Prefeitura de Mauá como um dos maiores investimentos na área de Mobilidade Urbana, o projeto de descentralização do transporte público da cidade avança a passos lentos. A promessa feita pelo prefeito Donisete Braga (PT) era de que todas as intervenções fossem iniciadas ainda no segundo semestre do ano passado, entretanto, até agora nenhuma saiu do papel.

O projeto, que irá beneficiar um terço dos 450 mil habitantes da cidade, teve somente no ano passado três prazos diferentes para o início das obras. Na época, Donisete chegou a anunciar em eventos que os projetos executivos dos equipamentos públicos, inclusive, já estavam finalizados e que a Prefeitura trabalhava para iniciar o processo licitatório para contratação da empresa responsável pelas obras, mas, na prática, nada vingou de lá para cá.

A justificava da Prefeitura para o atraso das intervenções é que a administração municipal está “aguardando a autorização do Ministério das Cidades para o início das obras”. Entretanto, tal informação diverge de declaração dada pelo prefeito Donisete Braga em maio do ano passado. Na ocasião, o chefe do Executivo declarou que a Caixa Econômica Federal já havia liberado os recursos necessários para execução das intervenções. Os repasses tinham sido liberados por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade.

Para agravar a situação, a Prefeitura, no fim do ano passado, contratou outro projeto técnico para executar as obras de Mobilidade Urbana. Desta vez, a administração municipal disse que o investimento de R$ 2,8 milhões seria empregado em estudo que iria medir o impacto técnico e social das intervenções. Questionada pelo Diário, a administração municipal não informou a previsão para entrega desse levantamento.

Orçado em R$ 33 milhões, o projeto prevê a reconstrução dos terminais Zaíra e Itapeva e a construção de equipamento no Itapark, além de corredor de ônibus na Avenida Itapark. O objetivo é que os três terminais sirvam de base para que o município possa reestruturar as linhas de ônibus.

O plano também prevê uma segunda etapa. Nela estão inclusas obras dos terminais Guapituba e Central, além do viaduto que ligará as avenidas Presidente Castelo Branco e Avenida Barão de Mauá à Avenida Washington Luiz. Atualmente, está em fase de elaboração de projeto e a conclusão também depende do aval vindo do governo federal.

Usuários criticam estrutura precária em paradas de coletivos da cidade

Sem previsão para início das obras que preveem a melhoria do transporte público de Mauá, usuários do sistema relatam série de problema que tem dificultado a rotina de quem necessita do serviço.

Na tarde de ontem, o Diário percorreu os terminais do Itapeva, Itapark e Zaíra. Nos locais, as estruturas precárias e ausência de ônibus foram os principais problemas constatados.

“Sinceramente não sei se a reforma desse terminal (Zaíra) vai sair. Isso daqui é tudo largado. Nunca vi uma cidade construir um terminal no meio de uma avenida tão movimentada. Parece que, para eles, é confortável”, relata o cabeleireiro, Tiago Bezerra, 32 anos.

Para moradores do bairro Itapark, a situação é ainda pior. “Aqui não existe terminal. É um quebra galho. Se está chovendo não temos onde nos proteger. Eles falaram que iriam construir um terminal, mas até agora não vi ninguém realizando nada aqui”, desabafa a costureira Maria do Socorro Gomes, 55.  




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