Um balanço anterior, fornecido por fontes médicas, registrava 120 mortes. A nacionalidade das vítimas ainda é desconhecida. De acordo com dados do ministério da Economia e Planejamento, o número de fiéis procedentes do exterior chega a 1.419.706, além de 473.004 sauditas ou moradores do reino, o que eleva o total de peregrinos a 1.892.710. Em 2003, 1,92 milhão de fiéis participaram da peregrinação.
A avalanche humana ocorreu durante o apedrejamento de uma das colunas que simbolizam o diabo, um ritual muito arriscado por causa do grande número de pessoas que participam do mesmo em movimento.
Em um primeiro momento, uma autoridade saudita chegou a afirmar que poucos fiéis haviam falecido.
As forças de segurança, mobilizadas em grande número, tentavam desde cedo impedir os tumultos e faziam advertências pelo sistema de alto-falantes. Um helicóptero sobrevoava a região para orientar os policiais e ajudá-los a organizar as multidões que se formavam nas estradas de Mina ou nas vias que unem Meca ao vale de Mina, que fica a poucos quilômetros da cidade santa.
Em 2003, 14 peregrinos, incluindo seis mulheres, morreram pisoteadas durante o apedrejamento das colunas que representam o diabo. Em 2001, 35 fiéis morreram, asfixiados ou pisoteados, em uma avalanche humana semelhante no vale de Mina.
Em 1998, pelo menos 118 peregrinos morreram e mais de 180 ficaram feridos em um incidente na mesma região, no terceiro dia do ritual.
O maior drama da peregrinação foi registrado em julho de 1990, quando 1.426 pessoas morreram asfixiadas no túnel de Mina.
Na manhã deste domingo, os quase dois milhões de fiéis iniciaram a cerimônia do apedrejamento, última etapa da peregrinação anual antes da festa de Al-Adha, ou do sacrifício.
Entre gritos de "Alá Akbar" (Deus é o Maior), a multidão, homens e mulheres vestidos de branco e armados com pequenas pedras, atacavam sem piedade seu alvo: uma coluna situada em meio a um espaço circular.
O ritual de lapidação de Satã, que marca o primeiro dia da festa de Aid Al Adha, dura três dias e consiste no lançamento diário de sete pedras contra cada uma das colunas, de 18 metros de altura, situadas em um percurso de 272 metros.
De acordo com a tradição, o diabo apareceu três vezes no local: primeiro a Abraão, depois a sua mulher, Hagar, e mais tarde a seu filho, Ismael.
Para mostrar seu desprezo, a família de Abraão atirou sete pedras no diabo em cada ocasião e o gesto se perpetuou até os dias atuais, quando milhares de muçulmanos completam sua peregrinação com o ritual. Para a festa de Al-Adha, cada peregrino deve sacrificar um animal, normalmente um cordeiro, em memória do sacrifício cometido por Abraão.
Quando o ritual de apedrejamento termina, os peregrinos seguem para a Grande Mesquita de Meca para visitar a Kaaba, o templo santo do Islã.
O 'hadj', ou peregrinação à Meca, é um dos cinco pilares do Islã e todos os muçulmanos são obrigados a realizá-lo pelo menos uma vez na vida se tiverem condições físicas e econômicas.
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