Sem a definição sobre quem ocupará a vaga de vice em sua chapa que brigará pela reeleição, o prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), se encontrou com os principais dirigentes do PTB e do PSB em São Paulo. O petista esteve ontem com o presidente estadual da legenda petebista, o deputado estadual Campos Machado, e com o vice-governador paulista, Márcio França, que dirige o diretório da sigla socialista no Estado.

Donisete negou que a pauta exclusiva do encontro tenha sido a discussão sobre a formação da chapa governista, mas frisou que a reunião serviu para “consolidar um projeto futuro” para a eleição de 2016. “Tanto o PSB quanto o PTB são parceiros do nosso governo. Uma vez que há uma relação constituída nunca vou descartar essa possibilidade (de escolher entre um dos partidos como vice)”, disse o prefeito. “Mas temos um leque de partidos que fazem parte desse processo de escolha”, ponderou.

Nos bastidores, PSB e PTB são vistos como potenciais parceiros de chapa de Donisete. De um lado, socialistas pleiteiam oficialmente a vaga de número dois do Paço e juram apoio à reeleição do petista. Do outro, uma ala do governo acredita na ida do vereador Admir Jacomussi (PRP) para as fileiras petebistas com o intuito de assumir a candidatura a vice-prefeito. O parlamentar, porém, nega veementemente e sustenta apoio à candidatura do filho ao Paço, o deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB).

Atualmente, pelo menos quatro siglas com representatividade na Câmara estão próximas do projeto de reeleição de Donisete. Além dos partidos de Campos e de França, o PDT, o PRB e o PSDC estariam praticamente fechados com os petistas. Nos próximos dias, Donisete oficializará o presidente municipal do PRB, Erisson Miranda Pessoa, no comando da Secretaria de Cultura e Esportes e Lazer, hoje gerida por Waldir Luiz (PT). Há expectativa ainda de integrar os pedetistas e até a legenda do vereador Professor Betinho (PSDC) no secretariado.

CHAPA PURA
Embora Donisete ainda despiste sobre o futuro da composição da chapa para o pleito do ano que vem, foi a primeira vez que o petista admitiu oficialmente que pode abrir a vaga para algum partido aliado, em vez de repetir o costume histórico do PT mauaense em lançar dois petistas ao pleito majoritário municipal. Até então, o chefe do Executivo vinha sustentando que essa discussão ainda seria levada ao comando do partido.

No Grande ABC, o diretório petista de Mauá é o único que nunca quebrou a tradição de optar por chapa pura em eleição local. Entretanto, a oferta da vaga aos aliados é vista, internamente, como saída para garantir apoio em 2016. O PT enfrenta desgaste nacional por conta de denúncias de irregularidades na Petrobras e da baixa popularidade do governo Dilma Rousseff (PT).