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Baeta Neves leva a experiência da terceira idade ao Carnaval

Liderada por Raymundo Machado, 73 anos, escola de samba esbanja vitalidade na avenida

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
10/02/2015 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Está dada a largada para o evento que é conhecido como o maior espetáculo da Terra: o Carnaval. Na avenida, além de muita alegria, uma turma muito especial leva também vitalidade e experiência de vida à passarela do samba de São Bernardo. Maiores de 50 anos formam o Greces (Grêmio Recreativo, Esportivo e Cultural Escola de Samba) Terceira Idade Brilha São Bernardo, do bairro Baeta Neves, que, como o próprio nome diz, veio para abrilhantar a tradicional festa brasileira.

Quem está à frente da agremiação é Raymundo Machado, 73 anos e morador do bairro há seis décadas. Mineiro nascido em Paraisópolis, foi em São Bernardo que conheceu a Folia. “Sempre frequentei o Olaria Futebol Clube e, antigamente, eram promovidos muitos bailes de Carnaval”, recorda o presidente, ao lado da sobrinha e carnavalesca da escola, Cidinha Alves, 50.

Amante da dança – e, claro, do samba –, Machado também frequentava alguns bailes promovidos na cidade e foi em um deles que surgiu o convite. “ Quando a pessoa chega em uma certa idade, é vista como se fosse uma vassoura, que fica largada no canto. Enquanto nossos filhos iam para a balada, alguma coisa tinha de sobrar para nós. Então, montaram um bloco de Carnaval. Indo em uma baile aqui, outro ali, acabei encontrando com uma amiga que pertencia ao bloco e me convidou para fazer parte. Em janeiro de 2000, virou escola e estou aqui até hoje”, conta.

Ele ressalta que a denominação ‘escola de samba’ não é por acaso. “Tem gente que pensa que Carnaval é baderna, mas a festa nos ensina muitas coisas, pois todo o enredo é feito por meio de pesquisas sobre uma história e isso traz aprendizado.”

A escola já conquistou dois títulos no Grupo Especial – em 2005 e 2007. Neste ano, no Grupo de Acesso, pretende aumentar o número de troféus conquistados, com o tema Está escrito, nasci para ser feliz. E a felicidade de Machado está justamente no Carnaval. “Essa festa é o meu vapor, o combustível que me impulsiona. Carnaval representa para mim a euforia, o prazer de estar vivo, uma situação em que as pessoas não estão preocupadas com isso ou aquilo. Gostaria que a vida sempre fosse assim”, suspira ele que, em seguida, lembra com pesar que essa situação se limita até a terça-feira de Carnaval. “Mas, infelizmente, não tem jeito. Na Quarta-Feira de Cinzas é o ‘ah, tenho que pagar o imposto’ e aí, começa tudo de novo.”

Ator é apadrinhado por Selton Mello

Ter a primeira experiência na tela da TV apadrinhado por ninguém mais, ninguém menos que o renomado ator Selton Mello é começar a carreira com o pé direito. Assim foi o início do jovem Derick Lecouflé, 15 anos, quando, em 2013, sem ter feito uma aula sequer de interpretação, conquistou papel na segunda temporada do seriado Sessão de Terapia, transmitido pelo canal fechado GNT e dirigido pelo artista.

“Fazia parte de uma agência de atores e modelos desde os 8 anos e tinha feito somente algumas figurações. Depois de muito tempo sem me chamar para nada, a agência me convidou para o teste da série”, lembra o adolescente.

Aprovado na primeira fase, a segunda avaliação aconteceu cara a cara com Mello. “Ele ia falando algumas frases e eu tinha que repetir. Fiquei supernervoso, achei que não ia passar. Quando fui embora, ele disse: ‘Independente do resultado, nunca desista dos seus sonhos’. Pensei: ‘Não vou passar’”, conta. Disputando a vaga com mais dois atores, foi chamado. “Esse menino vai estourar”, disse Selton Mello em uma entrevista.

Lecouflé deu vida ao personagem Daniel, um garoto de 10 anos que sofria com a separação dos pais, além de ser vítima de bullying na escola. Ao gravar o último episódio, o diretor não poupou elogios sobre o trabalho. “Derick, seu Dani foi inesquecível”, escreveu Mello em um livro com o qual presenteou o jovem.

Sessão de Terapia abriu as portas para Lecouflé, que foi chamado para integrar o elenco de outro – Sonhos de Abu, criado e dirigido por Rafael Terpins e André Abujamra e com previsão de estreia para daqui dois meses, no Canal Brasil. Ele aguarda também o resultado de um teste para o filme Meteoros, que contará a história de dois adolescentes passando para a fase adulta.

Enquanto isso, planeja cursar teatro e levar consigo todos os conselhos dados pelo padrinho para trilhar um caminho de sucesso. “Selton é muito bom como pessoa, ator e diretor. Foi quem me trouxe para a TV, por isso, devo muito a ele. Tudo o que falou para mim, guardo muito bem e sonho em um dia contracenarmos juntos.”

Sapateiro fez conserto para a cantora e dançarina Gretchen

Toda mulher transborda sensualidade em cima de um salto alto, ainda mais se essa mulher for a rainha do rebolado Gretchen. E o sapateiro Jorandir Aparecido Gibin, 54 anos, que mantém comércio na Avenida Getúlio Vargas desde 1983, foi o socorro da cantora e dançarina quando o salto de um dos seus sapatos quebrou.

“Ela morou por quase um ano em uma rua próxima à sapataria. Estava casada com um homem que era dono de uma pizzaria no bairro. O marido dela parou o carro, trouxe o sapato para colocar um saltinho e disse que era da Gretchen”, lembra ele que, de início, não acreditou. “Pensei que era mentira e falei que se fosse dela, fazia o conserto de graça. Ele a chamou e ela desceu do carro”, relata.

A artista não estava como aparece diante dos holofotes. “Ela não usava aquela maquiagem com a qual aparece na televisão”, recorda.

Feito o trabalho, Gibin deixou o ofício de lado para tietar a cantora, pedindo-lhe um autógrafo. A dedicatória, feita em um recibo da sapataria, é guardada com carinho na carteira. “Pode confirmar, a assinatura é dela”, ressalta.

Gretchen não foi a única figura artística que deixou os sapatos aos cuidados do profissional. Musa da Banheira do Gugu na década de 1990, a ex-assistente de palco do apresentador Alessandra Scatena também utilizou os serviços de Gibin. “Forrei dois sapatos com a foto dela”, conta. O procedimento é trabalhoso. “Tem um estúdio fotográfico que transfere fotos para o tecido que usarei para forrar os sapatos. É necessário desmontar praticamente o par todo: tem que tirar a sola, o salto, forrar com o tecido e, depois, voltar o solado no lugar. Demora cerca de três horas para fazer”, explica. A customização sai por R$ 130.

Ele acrescenta que também já forrou calçados para a mulher do político Paulo Maluf (PP) combinando a estampa do par com a de um vestido feito por uma costureira do bairro.

Indagado se sua mulher não ficou com ciúmes das famosas, ele declara: “Não tem por que, são clientes como qualquer outra pessoa.” 




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