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Vendas de caminhões caem em 2006
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
09/12/2006 | 20:03
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A demanda brasileira por caminhões, importados e nacionais no atacado decepcionou as montadoras neste ano. Apesar de o mês de novembro ter mostrado um desempenho positivo – com incremento de 15,6% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,6% na comparação com setembro –, no acumulado do ano os números mostram queda de 5,3%, ou seja, as vendas foram de 74 mil unidades, em 2005, para 70,1 mil neste ano.

Ainda no acumulado, somente a categoria de caminhões médios apresentou alta nas vendas, com 8,9 mil unidades emplacadas, um crescimento de 7,9% em relação a 2005. O pior desempenho foi apontado na de semipesados, com queda de 14,7% no número de caminhões comercializados.

No quadro geral, o número de licenciamento de caminhões nacionais e importados sofreu redução relevante de 6,4%, ou seja, entre janeiro e novembro deste ano somente 6,7 mil unidades foram emplacadas. Queda também observada na comparação do mês passado com outubro, de 5%. Se levar em conta a sazonalidade, na comparação com o mesmo mês de 2005 o coeficiente foi positivo – 600 unidades a mais, o que representa incremento de 9,3%.

Com os índices de comercialização em declínio, os de produção não podiam ser diferentes. Em novembro deste ano, saíram das linhas de montagem das fábricas 9,4 mil unidades, por outro lado, no mesmo período de 2005, o número chegou a 10,4 mil caminhões – queda de 9,1%.

Na comparação entre os acumulados dos dois anos, a redução foi semelhante, de 10,9%. Apenas a relação entre novembro e outubro esboça leve ânimo do mercado, passando de 9,3 mil para 9,4 mil caminhões.

Balanço – A previsão para o fechamento de 2006 é de que os licenciamentos de caminhões não passem de 75 mil unidades, ou seja, um decréscimo de 7% em relação ao ano passado.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Rogelio Golfarb, explica que a falta de investimentos no segmento dificulta a conquista de mercado, especialmente o externo, o que faz a produtividade despencar.

Exportações – Além da falta de investimentos, as montadoras no Brasil esbarram na tributação, que prejudicam a competitividade internacional. “Em toda cadeia produtiva, que é bem extensa, pagamos CPMF, ICMS, PIS/Cofins, entre outros encargos, e isso vai para o preço final do produto”, observa. Como os principais concorrentes do Brasil são China, Índia, Turquia e Irã, o país tenta explorar os mercados mexicano e sul-africano.

A afirmação de Golfarb se refere às exportações totais no acumulado do ano, que se mantêm praticamente estável em relação ao ano de 2005, com apenas 1% de crescimento: foram 34,6 mil unidades contra 34,9 mil.

Na comparação entre os dois meses de novembro, a queda é alta, de 20,6%. No mês passado foram exportadas somente 3,3 mil unidades. No entanto, em relação a outubro, a variação é mínima, já que novembro somente ganha por uma diferença de 1,5%.

Ranking – DaimlerChrysler, Volkswagen e General Motors continuam a dominar o mercado. A primeira vendeu 2.220 unidades, bem próxima da Volkswagen, com 2.104. Já a GM, terceira colocada, comercializou 1.358 caminhões.



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