O presidente nacional da CUT (Central Unica dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, defendeu nesta quinta, durante a 1ª Aula Pública do Fórum da Cidadania, uma ampla mobilizaçao nacional em torno da defesa do emprego. O encontro marcou o início do projeto de massificaçao das discussoes do Fórum e teve como tema o desemprego e a exclusao social.  

Após ouvir o depoimento de quatro trabalhadores desempregados, Vicentinho anunciou que os sindicatos ligados à CUT pretendem realizar uma marcha a Brasília em defesa do emprego. "Queremos levar à capital federal pelo menos 100 mil pessoas", disse.  Para Vicentinho, os depoimentos refletem a falta de política social do governo. "Alternativas para a geraçao de emprego existem, como a reforma agrária e a renovaçao da frota de veículos. Mas o que falta mesmo é uma ampla mobilizaçao nacional."   

Depois de Vicentinho, o bispo diocesano do Grande ABC, d.Décio Pereira, falou sobre os reflexos do desemprego na comunidade. "É preciso que cobremos mais dos nossos governantes. Nao só emprego, mas melhores condiçoes de atendimento na saúde e mais investimentos na educaçao", disse.  

Convidado para abordar o tema Desemprego como grave violaçao dos direitos humanos, o ex-membro da Comissao de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) Valdecírio Teles Veras sugeriu a reduçao da jornada semanal de trabalho para 28 horas e investimentos para a recuperaçao de bens públicos como forma de geraçao de postos de trabalho.

O vice-presidente da Fiesp (Federaçao das Indústrias do Estado de Sao Paulo), Sinésio Batista da Costa, defendeu a luta conjunta entre trabalhadores e empresário pelo emprego. "O trabalhador é quem manda na gente. Sem ele, nós também estamos condenados a fechar as portas. É preciso que lutemos juntos pelo emprego e que tenhamos coragem de dizer nao à política econômica do governo", disse.  

Documento - Segundo o coordenador do Fórum, Carlos Augusto Cesar, o Cafu, o desemprego foi escolhido como tema por ser a maior preocupaçao da sociedade no Grande ABC. "Temos hoje na regiao cerca de 270 mil desempregados. Isso é preocupante e alguma coisa precisa ser feita."   

No final do evento de ontem, realizado no Sesi de Santo André, as entidades ligadas ao Fórum acertaram a elaboraçao de um documento contendo propostas para combater o desemprego na regiao. Essas sugestoes deverao ser encaminhadas aos sete prefeitos do Grande ABC e ao governo do Estado.