Cultura & Lazer Titulo Teatro
Frida e Diego mergulham
na sua história de paixão

Texto inédito da autora Maria Adelaide Amaral
mostra lado humano do casal de gênios da arte

Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
15/10/2014 | 07:07
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Divulgação


Nada na história da pintora mexicana Frida Kahlo e do muralista Diego Rivera chega sequer próximo ao convencional – nem pelos padrões de hoje e muito menos pelos que reagiam à sociedade nos anos 1930, quando eram casados. Os artistas viviam um ‘relacionamento aberto’, em que ele colecionava amantes e ela podia expressar a bissexualidade com o consentimento do marido, que tinha restrições quanto ao sexo masculino. A despeito deste tipo de abertura, havia momentos de traição de ambas as partes e, com elas, brigas homéricas e reconciliações espetaculares. Casados em 1929, Frida e Diego se separaram no fim daquela década – entre 1937 e 1939 ela hospedou Leon Trotski – e voltaram a viver juntos em 1940 até a morte da artista, em 1954.

É a partir deste reencontro que se desenvolve o texto de Frida y Diego, escrito por Maria Adelaide Amaral – a primeira autoral em dez anos – que tem como protagonistas Leona Cavalli e José Rubens Chachá, dirigidos por Eduardo Figueiredo, em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, até 14 de dezembro. As entradas custam de R$ 30 a R$ 80 e podem ser compradas no Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com).

Feliz com a boa recepção do público no fim de semana de estreia, Leona Cavalli conversou com o Diário sobre a emoção de viver Frida. “O desafio e a beleza do personagem são o fato de ter realmente existido e de tê-lo feito de forma grandiosa. Ela influenciou – e ainda influencia – o mundo em tantos aspectos, que vão além da artes plásticas. Inspira na moda, estética, atitudes, escolhas políticas, ações humanitárias e até na coragem de enfrentar os problemas de saúde”, descreve Leona, referindo-se ao fato de que Frida teve poliomielite aos 5 anos e, aos 16, um acidente de bonde quebrou sua coluna em 11 lugares, estilhaçou sua perna e atingiu seu abdome, o que fez a artista passar a vida lidando com dores extremas.

Mas foram os meses hospitalizada que fizeram com que ela se interessasse por pintura. “Frida dá uma lição de autossuperação e traduz isso na arte. Tinha preocupação humanitária, era pacifista, bondosa, mas falava o que pensava. Tinha posições fortes e desafiadoras”, descreve a atriz. Após ausência de nove anos, Leona volta aos palcos paulistanos. “O que também impressiona é que a maioria das falas é real, de cartas que Maria Adelaide pesquisou.”

A caracterização dos atores tem assinatura de Marcio Vinicius, que é responsável pela cenografia, figurinos e adereços. A direção musical é de Guga Stroeter e Matias Capovilla e traz os músicos Wilson Feitosa Jr., no acordeon e Mauro Domenech no baixo acústico. “Diego Rivera era um grande festeiro e a música no palco reforça a passionalidade da relação deles”, diz o diretor Eduardo Figueiredo.

Frida y Diego – Drama. Teatro Raul Cortez – Rua Plínio Barreto, 285. São Paulo. Tel: (11) 3254-1631. Sex, às 21h30, sáb, às 21h e dom, às 19h. Ingr: R$ 60 (sex), R$ 80 (sáb) e R$ 70 (dom). Até 14/12.  




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