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River acaba com 'sonho' corintiano da Libertadores
Fernão Silveira
Do Diário OnLine
15/05/2003 | 01:18
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O Corinthians sucumbiu diante do River Plate no Morumbi e deu adeus ao sonho de conquistar a Copa Libertadores da América de 2003. Numa partida que em muito lembrou o jogo de ida (1º de maio, em Buenos Aires), o Corinthians voltou a perder por 2 a 1 para o time argentino, nesta quarta-feira à noite, e foi eliminado do torneio sul-americano. O River Plate enfrenta nas quartas-de-final o América de Cali (Colômbia), que eliminou Racing Club (Argentina).

Assim como no jogo do Monumental de Nuñes, o Corinthians começou melhor, abriu o placar e perdeu o controle da partida depois de ter um jogador expulso. Se na Argentina quem caiu nas provocações de D'Alessandro foi Kléber, o substituto dele na lateral-esquerda, Roger, não fez por menos e levou cartão vermelho por dar uma botinada sem bola no meia do River. Mais uma vez favorecido pelo buraco no lado canhoto da defesa corintiana, o time argentino teve habilidade para virar o placar e assegurar a classificação.

Desta vez, entretanto, o Corinthians perdeu seu lateral-esquerdo no final do primeiro tempo e teve de sofrer com a desvantagem durante toda a fase final da partida. Já nos descontos, com a Fiel torcida entoando um coro que pedia 'porrada' nos argentinos, Fabinho atendeu à ordem e levou cartão vermelho depois de uma entrada desleal em Coudet. Àquela altura, porém, a expulsão não fazia mais qualquer diferença para classificação corintiana.

A volta do atacante Gil contribuiu para fortalecer o lado esquerdo do Corinthians, que não pôde contar com Kléber (suspenso). Ao lado de Jorge Wagner, Leandro e Liédson, o camisa 10 conseguiu dar trabalho para a defesa do River Plate durante todo o primeiro tempo. Do outro lado, o técnico chileno Manuel Pellegrini montou um esquema sólido na defesa e perigoso nos contra-ataques. Mas a chave da vitória argentina foi a paciência. O time visitante manteve a concentração depois de levar o gol, buscou o empate com convicção e não se afobou quando saiu para buscar a vitória.

Dentro de um Morumbi tomado por 66 mil fiéis, o Timão começou melhor e conseguiu o gol antes de o cronômetro marcar 10 minutos. Rogério cobrou falta rapidamente no meio-campo e lançou Leandro na lateral direita. O atacante cruzou para a área e Liédson subiu entre os zagueiros argentinos para cabecear no canto direito do arqueiro Buljubasich. Era o começo que todo corintiano sonhava para a partida.

O River Plate conseguiu trabalhar a bola mesmo contra a pressão do embalado Corinthians e conquistou o empate aos 22 minutos, num lance com a mesma cara do gol brasileiro. D'Alessandro alçou a bola para a área corintiana em cobrança de falta e o zagueiro Demichelis se antecipou entre os defensores adversários para completar de cabeça, sem dar chance para o goleiro Doni. Tudo igual: 1 a 1.

O peso do resultado favorável aos argentinos começou a prejudicar o Corinthians. Puxados por Liédson, os brasileiros quase trocaram tapas com os adversários em várias ocasiões. Para piorar, as poucas chances criadas não resultavam em gol. Aos 28, Gil fez fila na defesa platina e foi derrubado na entrada da área. Rogério cobrou a falta com pressa, tentado pegar os adversários desprevenidos, e acertou a barreira. Aos 36, Roger desceu pela lateral esquerda e cruzou rasteiro para a área. Demichelis se antecipou ao goleiro Buljubasich na hora do corte e quase mandou a bola para dentro do gol.

No final do 1º tempo, um lance que acabou por decidir o futuro do Corinthians na partida. Numa tabela despretensiosa dos argentinos na risca divisória do campo, Roger acertou D'Alessandro por trás. O árbitro colombiano Oscar Ruiz não teve dúvidas e expulsou o lateral brasileiro. Era o começo do fim para o time da casa.

O segundo tempo foi de agonia para o Corinthians. O River Plate explorou com inteligência o buraco no lado esquerdo da defesa adversária e criou quatro chances num período de dez minutos. As duas melhores foram perdidas por Cavenaghi. Aos 9, D'Alessandro lançou o companheiro na área e ele finalizou em cima de Doni, que promoveu uma saída arrojada do gol. No lance seguinte, D'Alessandro colocou Cavenaghi na cara do gol mais uma vez e ele tocou por cima do travessão.

O River continuou a criar e perder oportunidades de gol em seqüência, tanto pela má pontaria dos atacantes quanto pelas boas defesas de Doni. Aos 30 minutos, finalmente, o time argentino virou. O zagueiro Fábio Luciano cortou com o braço uma bola tocada na área por Cavenaghi e o árbitro colombiano marcou o pênalti. Fuertes cobrou bem e fez 2 a 1, sepultando de vez as chances do Corinthians.

Sem poder de reação, apesar das alterações do técnico Geninho (Renato e Leandro Amaral entraram no time), o Corinthians se despediu da Libertadores de forma melancólica. O último lance sacramentou o vexame. Terminado o tempo regulamentar, Fabinho quase quebrou Coudet e também foi expulso.

Compatriotas - O Corinthians é o primeiro dos quatros times brasileiros a dar adeus à Copa Libertadores de 2003. Santos e Grêmio asseguraram vagas na semana passada, ao eliminarem Nacional (Uruguai) e Olímpia (Paraguai), respectivamente. O quarto time do país na disputa é o Paysandu. O 'Papão da Curuzu' encara o Boca Juniors (Argentina) nesta quinta-feira à noite, em Belém, com a vantagem do empate. No jogo de ida, há duas semanas, o Paysandu venceu o Boca por 1 a 0 em La Bombonera (Buenos Aires).




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