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S.Bernardo fecha creche até conclusão de laudo
Por Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
10/12/2011 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A creche Francisco Diassis Gomes Teixeira, no Parque Esmeralda, região do Alvarenga, em São Bernardo, onde morreu um menino de 1 ano e 2 meses na quarta-feira, ficará interditada até a conclusão do laudo pericial pelo Instituto de Criminalística, órgão ligado à Policia Civil. Inaugurada em fevereiro, a escola tem 160 alunos, entre 6 meses e 3 anos.

Indagada se os alunos atendidos na creche serão remanejados para outro local, a Prefeitura informou apenas que "a Secretaria de Educação encontrará alternativas para o atendimento das crianças em conjunto com as famílias". As aulas na rede pública municipal vão até o dia 23.

No mesmo terreno, além da creche, existe a Escola Municipal de Educação Básica Karolina Lewandowiski Zofia - cerca de 300 alunos estão matriculados entre o Ensino Fundamental e a Educação Infantil. Nessa unidade escolar, as aulas retornam na segunda-feira - a administração suspendeu na quinta-feira e ontem.

A interrupção das aulas se deu um dia depois do acidente que matou Reynan de Moraes Nascimento Cruz. A criança brincava no solário, junto de outros coleguinhas, quando foi atingida na cabeça por reboco que caiu de uma viga de concreto. A morte seria confirmada cerca de quatro horas depois aos familiares, após a criança ser levada para o Pronto-Socorro Central.

Peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local na mesma tarde do acidente - o laudo tem prazo legal para conclusão de até 30 dias, embora o delegado do 8º Distrito Policial de São Bernardo, Nelson Jorge Noronha Nassif, tenha pedido "urgência". Outro laudo aguardado é o necroscópico, que indicará a causa da morte - provavelmente traumatismo craniano.

Ontem pela manhã, o delegado ouviu os depoimentos de duas professoras, uma auxiliar de Educação e um oficial de escola - o último foi quem socorreu a criança, primeiramente, até a Unidade de Pronto Atendimento do bairro. Os relatos foram os mesmos que constam do boletim de ocorrência.

De forma espontânea e sem qualquer tipo de intimação por parte da polícia, os pais de Reynan, Alexandra de Moraes Colla e Sebastião de Jesus Nascimento Cruz, compareceram pela primeira vez na delegacia. "Ainda muito abalados, eles quiseram saber do delegado detalhes do ocorrido", explicou o escrivão chefe Alcides Cestari.

MP instaura inquérito civil para apurar acidente

O Ministério Público do Estado de São Paulo irá instaurar inquérito civil para apurar as causas do acidente que matou Reynan de Moraes Nascimento Cruz, 1 ano e 2 meses. Outra linha de frente é verificar se o prédio se encontra realmente adequado para as atividades de creche.

"O acidente foi extremamente grave. O MP tem obrigação de acompanhar não só as investigações da polícia quanto das providências administrativas da Prefeitura", apontou o promotor de Justiça da Infância e da Juventude de São Bernardo, Jairo Edward de Luca, que ontem pela manhã esteve na escola do Parque Esmeralda.

Representantes do Conselho Tutelar 2, responsável pela região do Alvarenga, acompanharam o promotor. O Diário procurou pelo órgão à tarde, mas nenhum conselheiro deu retorno.

No local, a secretária de Educação de São Bernardo, Cleusa Repulho, aguardava o promotor. Ela informou, segundo o representante do MP, que o local do acidente ficará interditado até que o trabalho pericial seja concluído. Nesta semana, técnicos do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo e engenheiros da Prefeitura estiveram na unidade escolar para análise.

A obra foi executada pela H. Guedes Engenharia, segundo a administração municipal - a empresa disse que "só irá se pronunciar após os laudos periciais". Com R$ 2,4 milhões de investimento na creche, o governo Luiz Marinho (PT) entregou a escola em fevereiro. A construtora foi responsável também pela entrega de outras 13 unidades escolares municipais. A dúvida a esclarecer: por que o pedaço do reboco caiu?




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