Inicialmente previsto para ser inaugurado em outubro, o Banco de Alimentos de São Bernardo iniciou suas atividades ontem, com meta de atender as 30 mil famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais. Nesse primeiro momento, o equipamento beneficiará 10 mil famílias cadastradas em 60 instituições assistenciais aptas para receber doação de alimentos.

"Já estamos captando alimentos secos e hortifrúti de parceiros que já estão com a gente no projeto, como os supermercados Sonda e Coop, além da cooperativa Agroverde, formada a partir de hortas comunitárias", explica a secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania, Márcia Barral. Embora não tenha ainda um balanço do volume de alimentos arrecadados, a secretária estima que o banco receberá 20 toneladas por mês em doações.

O investimento, entre obras e equipamentos, foi de R$ 723 mil, estabelecido em convênio entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Prefeitura. O equipamento fica instalado no Galpão B da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, na Avenida Redenção, 271, Centro. Segundo a secretária, a demora na inauguração se deu por causa de "trâmites legais e atrasos nas licitações".

Também está prevista para o espaço a realização de palestras e oficinas culinárias direcionadas à manipulação correta, aproveitamento integral dos alimentos e consumo adequado como forma de combater desvios nutricionais, como desnutrição e subnutrição.

"Além da arrecadação de alimentos para famílias carentes, queremos promover o hábito da boa alimentação. Isso quer dizer que teremos uma população mais saudável futuramente", avalia o prefeito Luiz Marinho (PT).

O custo estimado para manutenção do Banco de Alimentos ficará entre R$ 20 mil a R$ 30 mil mensais. As entidades assistenciais que quiserem participar do projeto devem entrar em contato com a Sedesc para avaliação. Empresas e pessoas físicas podem doar alimentos, desde que estejam em boas condições e dentro da validade.

FUTEBOL

Como forma de turbinar a arrecadação de alimentos serão promovidos jogos de futebol com celebridades no Estádio 1º de Maio. A primeira partida será disputada hoje, às 16h, pelo goleiro corintiano Júlio César (mais informações na página 3 de Esportes) , e seus amigos. Até ontem, o ingresso era trocado por um quilo de alimento não perecível, exceto sal e açúcar. A arrecadação é de cerca de 20 toneladas.

No dia 23, às 17h, será a vez dos amigos dos jogadores Paulo Henrique Ganso e Robinho entrarem em campo contra os amigos do Neymar e Narciso. Nesse jogo, o ingresso será trocado por dois quilos de alimentos não perecíveis. A arrecadação prevista é de 30 toneladas.

Região conta com unidades em outras três cidades

Além da unidade de São Bernardo, o Grande ABC possui atualmente outros três bancos de alimentos, em Santo André, Mauá e Diadema. Juntos, beneficiam 54.698 pessoas carentes, com doações de produtos como feijão, macarrão, farinha, frutas e legumes que, não fosse a atuação desses órgãos, iriam parar no lixo.

Em Santo André, o primeiro Banco de Alimentos da América Latina, existente desde 2000, atende 32 mil pessoas carentes, por meio de 112 entidades conveniadas. A instituição recebe doações de 191 empresas parceiras. Inaugurado em 2006, o equipamento de Mauá atende 5.000 pessoas por mês, por meio de 140 entidades cadastradas.

No Banco de Alimentos de Diadema, as doações vêm de 40 parceiros e são repassadas para 87 entidades conveniadas. São 50 de produção de refeições no local e 37 que distribuem kits para famílias carentes da cidade. No total, 17.698 pessoas são beneficiadas.