Economia Titulo Articulação
Consórcio articula a região para retomada da economia

Junto com Agência de Desenvolvimento, objetivo é apresentar demandas das empresas do Grande ABC ao Estado

Yara Ferraz
31/07/2021 | 07:35
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Nario Barbosa/ DGABC


O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC já começa a se articular, junto com a Agência de Desenvolvimento Econômico, para a retomada econômica da região no período pós-pandemia. Em conjunto, as entidades devem levar ao governo do Estado demandas das empresas localizadas nas sete cidades. O objetivo é discutir e solucionar os gargalos atuais.

De acordo com o secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Acácio Miranda, a parceria com a agência é fator importante nesse processo. “Por meio dela (parceria) conseguimos dialogar mais forte com o setor privado”, disse,

“O intuito é criar meios e alternativas para a retomada econômica. Todos os setores enfrentam problemas, e a gente tem buscado incentivos e atuações em novas frentes. Junto ao Estado, temos buscado linhas de crédito pelo Banco do Povo, para pequenas empresas. Também temos uma atuação em conjunto com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em todas as cidades”, completou Miranda.

Além do olhar para o pequeno e microempresário, a entidade busca fortalecimento da vocação industrial da região.

Conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta semana, o Grande ABC teve saldo de 19.063 vagas de emprego com carteira assinada criadas no primeiro semestre. O setor de serviços foi responsável por impulsionar o resultado, com 7.834 postos, e a indústria aparece depois, com 5.643. “Há grande importância dos microempreendedores, mas sabemos que a capacidade de geração de empregos passa pelo fomento da atividade industrial. Por isso não podemos esquecer da indústria, que é a nossa vocação”, afirmou o secretário executivo da entidade.

Ontem, foi a primeira reunião do GT (Grupo de Trabalho) Indústria instituído pela agência. Segundo o presidente da entidade, Aroaldo Oliveira da Silva, entre as principais demandas estão a reorganização da cadeia produtiva, avanços tecnológicos, aceleração da economia para o aumento da demanda e a elaboração de uma política industrial estadual e nacional.

“Nós fomos desmontando as cadeias produtivas e acontece que muitos setores da indústria são reféns do Sudeste asiático, principalmente com essa questão da falta de semicondutores que atualmente impacta em toda a indústria automotiva. Um grande debate é como reorganizar tudo isso e quais são os gargalos para desmistificar essas questões. Temos que estancar, dar suporte e repensar as próximas possibilidades”, analisou.

Participaram da reunião representantes de empresas da região, como montadoras e ferramentarias, Ciesps (Centros das Indústrias do Estado de São Paulo), Polo Petroquímico de Capuava, associações comerciais, Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), parque tecnológico, sindicatos e universidades.

O diretor de assuntos governamentais da Volkswagen e ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Megale, foi um dos que participaram. “É uma oportunidade de unir forças aqui na região para recuperar o que perdemos e fortalecer nossas vocações, que são muitas. As empresas estão tentando nacionalizar o máximo possível de componentes, mas é preciso um nível de competitividade adequado.”

O intuito é que as próximas conversas aconteçam junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, ainda em data a ser definida.

FERRAMENTARIA
Segundo Miranda, além das demandas gerais, haverá a apresentação de uma pauta para a ferramentaria, que inclui a devolução de parte dos créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) retidos. O pleito é demanda antiga do setor, que sofreu bastante nos últimos anos com a desindustrialização e o domínio da China no setor.

“É importante trazer competitividade para que a ferramentaria volte a ser viável no Brasil e na região. Pelo retorno que tivemos das companhias, para elas é melhor que essas empresas permaneçam na região, até mesmo pela qualidade da mão de obra.” 




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