Economia Titulo Retração
Exportações das cidades do Grande ABC voltam a cair

No mês de setembro, vendas ao Exterior somaram US$ 394 milhões, 2,8% a menos do que o obtido em agosto

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/10/2009 | 07:00
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Depois de sinalizar gradual melhora a partir de junho, as exportações do Grande ABC voltaram a cair em setembro. Com encomendas que somaram US$ 394 milhões no mês passado, a região observou retração de 2,8% em relação ao obtido com as vendas ao Exterior em agosto.

O desempenho desfavorável era "previsível", na avaliação de analistas e representantes da indústria. "Somos (a economia da região) muito ligados aos complexos químico e automotivo e o câmbio caiu demais, o que dificulta a vida do exportador", afirma o diretor do Departamento de Economia da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Roberto Gianinni.

Ele observa que, desde o início do ano, o dólar já registrou queda de 20% em relação ao real. Passou de algo em torno de R$ 2,10 para a faixa de R$ 1,70. "O cenário externo já está ruim, e com o câmbio, há pressão de custos e queda de rentabilidade para as empresas", assinala.

Em relação aos 12 meses anteriores, quando a moeda americana estava em R$ 2,50, o tombo cambial é mais expressivo. Isso também explica a melhora das importações em setembro, que subiram 17% frente a agosto.

O diretor titular da regional do Ciesp de São Caetano, William Pesinato, cita ainda que, no município, durante os primeiros seis meses do ano, houve praticamente uma parada nas exportações de veículos e passou-se a vender praticamente peças de reposição.

A entidade da indústria emite certificados de origem (documentos para os fabricantes que vendem ao Exterior) e, com isso, pode balizar como estão os negócios com os mercados externos.

"A América Latina parou de importar veículos; os estoques provavelmente estavam baixos e houve uma retomada nos últimos meses. Mas, enquanto no Brasil a economia reagiu, nos outros países não têm havido movimento de vendas que justifique aumento das exportações", afirma Pesinato.

Neste ano, saldo comercial é 52% menor que em 2008

No acumulado do ano (janeiro a setembro), os sete municípios totalizaram US$ 3,2 bilhões em vendas ao Exterior, 36% menos do que no mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, os sete municípios reduziram seu saldo comercial (exportações menos importações) em 52% neste ano, para US$ 642 milhões.

Para analistas da região, as perspectivas não são muito animadoras. "Se a ideia, com a taxação do capital especulativo, é gerar uma reação das exportações, não será suficiente, é preciso também estímulo fiscal e de crédito", avalia o coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André Ricardo Balistiero.




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