Economia Titulo Oportunidade
Faturamento do setor de franquias supera expectativas

De acordo com informações da ABF, modalidade faturou R$ 55 bilhões em 2008, 19,5% a mais do que no ano anterior

Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
28/07/2009 | 07:00
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O crescimento do setor de franquias supreendeu até os entusiastas da modalidade empreendedora. Segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franquias), em 2008, o setor faturou R$ 55 bilhões, 19,5% a mais do que em 2007, quando a expectativa de crescimento não passava dos 17%.

Um dos outros indicadores desse sucesso é o crescimento no volume de visitantes da ABF Expo Franchising, feira que recebe anualmente interessados em abrir lojas de redes já reconhecidas no mercado. O evento deste ano registrou 39.000 visitantes, um crescimento de 19% frente ao volume do ano passado.

REGIÃO - O potencial do Grande ABC para o desenvolvimento deste setor tem atraído diversas redes franqueadoras para a região. Segundo Adriana Lima, gerente de expansão da rede de cafeterias Rei do Mate, a região é cheia de empreendedores dispostos a conhecer novas marcas, "a população local levou um tempo para descobrir a marca. Agora temos bons resultados.", ressalta.

É com objetivo de ser descoberta pela região que a rede Fastframe - Molduras na Hora está instalando sua primeira loja na região até o final do ano. Com 40 lojas já em operação, Fernando Guimarães, diretor da rede, afirma que a Fastframe passa por um momento muito bom. "O ABC é um mercado extremamente promissor para a Fastframe. Não existem concorrentes diretos que ofereçam a mesma gama de produtos e serviços rápidos. Quando mapeamos a região, identificamos um nicho muito rentável e um lugar estratégico."

Waldemar Seppe Filho, franqueado da China House em São Caetano, já espera abrir uma outra loja nos próximos 3 meses. "Já estamos avaliando novos lugares."

Para ele, a principal vantagem é a orientação dada pela rede franqueadora. "Sempre pensei em ter um negócio, mas eles ajudaram muito na montagem e na administração da loja. Com dois anos já tinha um bom retorno."

SETOR - "As franquias passaram a ser um investimento mais seguro", sugere Cláudia Bittencourt, especialista no assunto e professora da FIA (Fundação Instituto de Administração) no primeiro curso de pós-graduação em Franchising no Brasil. "A maioria dos empreendedores demonstrou estar em busca de um porto seguro para suas economias e não querem correr riscos no mercado financeiro."

A sensação de segurança vem justamente da repetição de modelos, fato que poderia limitar o empreendedorismo. No entanto, Cláudia afirma que a utilização de marcas já renomadas com padrões fixos de gestão não prejudica o potencial criativo do empresário brasileiro. "Existe um grande número de empreendedores que preferem iniciar com uma franquia antes de arriscar seu investimento em um negócio independente. Só experiência, feeling e afinidade com o negócio ou com o produto não bastam para empreender e obter sucesso." Enquanto cerca de 60% dos negócios independentes no Brasil deixam de existir nos primeiros cinco anos de atividade, nas empresas sob o sistema de franquias esse número despenca para três em cada cem. "A estrutura de suporte que as empresas franqueadoras mantêm para auxiliar os franqueados na gestão dos negócios, aliados à força e ao know how são os principais fatores desse sucesso."

Segundo dados da ABF, atualmente mais de 90% das empresas franqueadoras que operam no Brasil são nacionais. Desde a década de 80% o setor sempre cresce acima do PIB (Produto Interno Bruto).

PERFIL - "O franqueado é aquele empreendedor que tem o desejo de montar um negócio próprio e se sente mais seguro quando tem apoio e segurança de uma rede. A estrutura da franqueadora supre a inexperiência do franqueado", comenta Cláudia. Outra característica desse tipo de empresário é a busca pelo chamado ‘plano B'. "Como o emprego não é mais garantido, o fato de ter um negócio reduz o trauma de uma demissão."




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