Acelerar a expansão no Grande ABC com lojas instaladas em locais não tradicionais como universidades, empresas, hospitais, supermercados e postos de gasolina é a estratégia das marcas de franquia para atingir público diferenciado, aproveitando fluxo de clientes para aumentar o faturamento. Além disso, o custo da operação dessas unidades é até 70% menor frente ao instalado em shopping centers.

Especializada em lanches, a Casa do Pão de Queijo enxerga potencial para abrir lojas em faculdades, visto que a rede agrega experiência de operar na Universidade Metodista de São Paulo. Das 16 franquias instaladas na região, 12 estão em supermercados, livrarias e postos de combustível.

"Os custos com aluguel condomínio são, no mínimo, metade dos verificados nos shoppings", afirma o gerente de expansão Julio César Valeriano. Para os próximos anos, a marca prevê abrir pontos em São Bernardo e São Caetano.

De acordo com o diretor executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Ricardo Camargo, a entidade fechará parceria com a Apas (Associação Paulista de Supermercados) para fomentar expansão de franquias nesses estabelecimentos. Redes especializadas em alimentação, lavanderia, drogaria e livraria são as que mais crescem com esse formato.

CHOCOLATES - Neste ano, a Cacau Show iniciou expansão pelos supermercados na Capital e mira iniciar operação no Extra Anchieta e Carrefour Pereira Barreto, sendo que aguarda apenas a adesão de um fraqueado para a unidade andreense.

A gerente de expansão da doçaria Marina Gentil garante que os gastos mensais com aluguel e condomínio chegam a ser 70% menores quando comprados àqueles que funcionam em shoppings. "Realizamos um piloto desta operação em oito supermercados e conseguimos bons resultados", afirma.

Ao instalar franquias nesses lugares, o principal objetivo é não perder oportunidade de venda, principalmente aqueles que acontecem por impulso do consumidor.Até o fim do ano, a Cacau Show planeja atingir 1.000 unidades, agora são 818 em funcionamento.

EMPRESAS - As fábricas da Ford e da Mercedes-Benz no Grande ABC também estão no alvo da cafeteria Grão Expresso, depois de instalar lojas em supermercados e atacados. O diretor da consultoria Francap, André Friedheim, acrescenta que nesses locais não existe ‘luva de ponto', ou seja pagar pelo espaço comercial para começar a usá-lo.

"Estabelecimentos como universidades e hospitais entendem que alinhar uma marca reconhecida à deles é vantajoso." Friedheim, responsável pela expansão de diversas marcas, diz que às vezes é preciso adequar o mix de produtos da cafeteria ao público que será atendido. Para ele, o custo de ocupação nesses locais varia de 30% a 40% a menos que nos pontos tradicionais.