Cultura & Lazer Titulo 1° torneio no Grande ABC
Técnica, força e arte: pole dance

Dança aérea misturada a acrobacias em mastro vertical tem primeiro torneio no Grande ABC

Por Francisco Lacerda
Do Diário do Grande ABC
12/12/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


É arte que proporciona série de benefícios. Melhora a coordenação motora, a concentração, o equilíbrio, a postura, fortalece os músculos, ajuda no controle de peso, diminui a ansiedade, aumenta a autoestima. Une dança e acrobacias e vem se tornando cada vez mais popular. Este é o pole dance, atividade física praticada utilizando-se mastro vertical de metal, normalmente polido. Pode ser esportiva, artística e sensual.

E essa ‘dança aérea’ estreita os laços com as sete cidades no fim de semana. O Inter Pole ABCD, primeiro campeonato da prática na região, acontece dia 19, às 13h30. Apesar de levar o nome do Grande ABC, o torneio, com prêmios em dinheiro e troféus, será realizado no Teatro Grazzy Brugner, no bairro Bela Vista, na Capital, e tem como tema Valentes: Mulheres que Mudam o Mundo. Objetivo é homenagear personalidades femininas que tiveram histórias inspiradoras ou com causas representativas da luta delas. 

“O teatro que locamos é o primeiro no País específico para pole dance e aéreos. A proprietária é professora de pole dance. Quando alugamos um espaço temos que alugar a estrutura separadamente, e nesse teatro a estrutura é inclusa”, explica sobre a escolha do local a empresária Juliana Muniz, 37 anos, idealizadora da competição.

A prática, de dança sensual ou “sexualizada”, passou a algo transformador e hoje é dividida em modalidades, para qualquer idade, com restrições apenas as recomendadas pelos médicos. “Sensual, exotic pole, pole sport, strong pole sport, pole root, além de tecido acrobático. A sensual, por exemplo, no Studio Downtown se sua propriedade, em São Bernardo) é utilizada como dança. Nós estimulamos a autoaceitação, com coreografias simples e que qualquer pessoa pode fazer. O pole root é a junção de todas as modalidades. É, na verdade, o pole dance original de quando não havia divisão, o pole dance como começou, ensina Juliana.

Há 13 anos residindo em Santo André, a empresária revela que os moradores da região “mal sabem que existem escolas de pole dance”, por isso a ideia de divulgar. No espetáculo, voltado a concorrentes amadores, iniciantes e semiprofissionais, serão 25 atletas na disputa – 24 mulheres e apenas um homem –, que vão competir nas categorias pole sport, sensual, exotic.

Pedro Henrique Rodrigues de Albuquerque, 21 e há 11 praticante do pole dance, é o único homem no Inter Pole ABCD. Resolveu se inscrever porque, diz, “acreditava” que haveria outros. Não havia. Decidiu encarar e afirma não enfrentar diretamente o preconceito. “Mas é possível notar certo espanto das pessoas ao contar que eu prático essa arte, visto que o pole dance é hiperssexualizado, e ainda não é tão comum que homens pratiquem pole dance."

Para Juliana, há, sim, esse tipo de julgamento. “Infelizmente o preconceito é algo instalado em nossa sociedade. E o pole dance, por ter vindo de algo ‘marginalizado’, tem grande dificuldade de aceitação, porém, se comparado há 12 anos, quando comecei, estamos muito melhores.”

A empresária revela ainda que a arte mudou sua vida após passar por série de problemas, inclusive com perda da autoestima. Agora quer que outras pessoas vejam o que a atividade pode trazer à vida. “Perdi do bem material ao amor próprio e o pole dance realmente me devolveu tudo isso. Ele é transformador”, conclui.




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