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Para conhecer Lulina, a revelação do ano
21/12/2009 | 07:02
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Cristalina, da cantora e compositora pernambucana Lulina, é um dos vários ótimos álbuns de música brasileira de 2009. E também um dos títulos com a marca da qualidade, da independência e da modernidade da gravadora/selo Yb Music, que não lança qualquer coisa. Lulina é uma das entrevistadas do programa especial que a MTV exibe hoje, às 19h45, dentro do Estúdio A, como parte das comemorações dos dez anos do selo.

Só neste 2009, vale lembrar, a Yb lançou outros dois títulos que merecem figurar na lista dos melhores do ano: Sem Nostalgia, de Lucas Santtana, e No Chão Sem o Chão, de Romulo Fróes. Além de Lulina e Blubell, outros agregados presentes no programa - Marcelo Jeneci, Bruno Morais e Tulipa Ruiz, que prepara o álbum de estreia para 2010 - estão entre os nomes mais comentados da significativa e diversificada cena musical paulistana deste fim de década.

Lulina é a primeira entrevistada do programa e conta que veio do Recife para São Paulo, para trabalhar em publicidade. Aqui fazia seus discos caseiros "por hobby". Foram nove. "Gravava os disquinhos em casa, com microfone do computador, violãozinho desafinado mesmo." Maurício Tagliari, músico, produtor musical e um dos sócios da Yb, ouviu as gravações, "gostou das musiquinhas e do clima, principalmente, entendeu como funcionava o negócio e resolveu apostar", diz Lulina. Foi assim que chegou a Cristalina, seu "primeiro disco de estúdio, bonitão, produzido", qualifica. Daí o título, porque a sonoridade ‘limpa' difere das gravações caseiras ‘sujas' de antes.

Como Lulina, os outros promissores entrevistados resumem em breves depoimentos os princípios de sua ascendente história musical até aqui. Em seguida, dão boas mostras de sua produção atual. Tulipa confirma que "há uma cena acontecendo em São Paulo no segundo semestre de 2009", formada por "pessoas que andam juntas e fazem som juntas". "É todo mundo diferente, mas há uma cooperação muito grande", diz Tulipa. "O que acho legal dessa cena é que a gente está unido pelas diferenças", diz Bruno Morais.

Lulina imprime sua marca nesse cenário com leveza, ironia e inteligência. Cheia de uma graça quase infantil, evidenciada no encarte do CD, com aquele adorável sotaque pernambucano, sua música, porém não tem relação com a tradição nordestina nem com os expoentes do mangue beat. Faz o que se convencionou chamar de ‘pop fofo', embora de ingênua não tenha nada. "Ô, garçom, serve logo essa cerveja/ Tenho que beber para falar o que desejo", diz a letra de 13 de Junho, uma brega que fica ali na seara da guitarrada, meio calipso, meio iê-iê-iê. A deliciosa Balada do Paulista é sixties, tipo Rita Pavone, só que com palavrão. A guitarra que ela toca em todas as faixas é um de seus charmes melódicos.

A temática das canções é tão vasta quanto surreal, a começar pelos títulos: Sangue de ET, Narcolepsia, Música para Colocar Naquele Som com Despertador, Mi Gustar Musga, Jerry Lewis, Bosta Nova, Criar Minhocas É um Negócio Lucrativo. No programa na MTV ela canta Sonhar com Bebês (parceria com Leo Monstro), que não está no CD.

Embora seja apresentada como compilação de sua produção, o que mais Cristalina tem de retrô é a sonoridade vintage. No mais, é um passaporte da alegria para a Lulilândia. Só entrando nela para saber o que é. O ‘mapa' está aberto. Vale a pena encarar.




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