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Por que menina gosta de princesa e menino quer ser herói?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
24/01/2010 | 07:02
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É natural durante a infância que a gente se identifique com os exemplos de adultos. Isso faz parte do desenvolvimento, quando se aprende o que é bom ou ruim, certo ou errado. A menina, em geral, se liga à mãe, que representa carinho, beleza e cuidados. O menino quer ser igual ao pai, que parece ser o homem mais forte que existe e ainda sabe consertar quase tudo.

Algo semelhante ocorre quando se deseja ser como personagens de contos de fadas, histórias em quadrinhos ou desenhos. Princesas e fadas têm bom coração, são bonitas e simpáticas; super-heróis têm poderes para salvar o mundo. Ambos representam a bondade.

Eles passam por muitas dificuldades, mas conquistam a felicidade porque fazem o bem. Cinderela, por exemplo, teve de lidar com a madrasta e as irmãs más, mas com a ajuda das fadas conheceu o príncipe com quem se casou. Super-Homem ficou órfão quando os pais morreram na explosão do planeta Krypton. Foi criado por um casal de humanos que lhe deu muito amor e transformou-se em um dos mais importantes heróis.

Começamos a brincar de faz de conta bem pequenos. Imitar personagens é mais comum entre 2 e 10 anos. Isso ajuda a desenvolver a criatividade e a imaginação, que tornam-se importantes para o resto da vida.

Aliás, adolescentes e adultos também copiam - de forma diferente - outras pessoas, seja no comportamento, modo de pensar ou de vestir. Nesse caso, as princesas e super-heróis dão lugar, geralmente, às celebridades, como cantares e atores.

Brincar de faz de conta é muito divertido

Melissa Cavalcante, 4 anos, e a amiga Giovana Mollo, 5, de Santo André, adoram fazer de conta que são a Bela Adormecida e a Branca de Neve. Sempre colocam roupas e coroas para brincar de princesa. Imaginam que a casinha do playground do condomínio em que moram é um castelo. Já Manuela Mariana Silveira, 6, imita a Rapunzel. "As princesas são bonitas e fashion. Sempre vivem aventuras", diz.

Companheiro de brincadeiras no prédio, Jonatan Cavalcante da Silva, 7, curte fingir que é o Ciclope, do X-Men. "Heróis lutam para salvar o planeta e a vida das pessoas", explica. Pedro Santos Lopes, 8, prefere o Ben 10, e Vitor Moreira, 7, é fã do Superman. "Todo mundo quer ter superpoderes. Gostaria de ser super-rápido", afirma Pedro. "Brinco de herói, mas tomo cuidado para não me machucar", garante Vitor.

Diferentes com direitos iguais

Um dos motivos pelo qual meninos e meninas agem de maneiras diferentes é que, desde a Pré-história, nossos ancestrais também se comportavam de modos distintos. Por ter o corpo mais forte, o homem daquela época era responsável por caçar o alimento para a família e defender a área. Por isso, em geral, garotos curtem correr, pular e brincar de luta. As mulheres, mais delicadas, ficavam na caverna para cuidar dos filhos e arrumar o espaço. Assim, a maioria gosta de brincar de casinha e boneca.

Apesar das diferenças, hoje todos têm direitos iguais e podem fazer as mesmas coisas. No entanto, ainda há locais em que não é assim. No Irã, por exemplo, a mulher é obrigada a cobrir a cabeça com véu para sair à rua e é proibida de entrar em estádio de futebol.

Consultoria de Ana Maria Trinca, especialista em psicologia infantil da PUC/SP, e Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo 




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