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Apneia pode causar hipertensão
Por Eliane de Souza
Do Diário do Grande ABC
19/07/2009 | 07:14
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Dormir as habituais oito horas por noite e já despertar com a sensação de não ter descansado pode ser o primeiro sintoma de apnesia do sono. O mal ocorre quando, no meio da noite, acontecem engasgos e paradas respiratórias que levam à queda de oxigênio no sangue fazendo com que o indivíduo acorde várias vezes. Como consequência dessas paradas respiratórias – que duram cerca de 10 segundos – o sono passa a não ser restaurador causando sonolência durante o dia.

O imperador Dom Pedro II pode ter sido o caso mais famoso de síndrome de apneia do sono tipo obstrutivo. A conclusão é de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro com base em documentos históricos, cartas, fotos e reportagens da época. O imperador sofria de profunda sonolência diurna e era obeso. Mas Dom Pedro II nunca teve diagnóstico porque a doença só foi descoberta com o avanço da tecnologia na segunda metade do século 20.

O mal do sono não ficou restrito ao século 19. A Sociedade Brasileira do Sono avaliou 43 mil pessoas das principais capitais do País e constatou que hoje 53,9% dos pesquisados não têm um sono restaurador enquanto 43% apresentam sinais de cansaço no decorrer do dia. “Um dos caminhos para se chegar ao diagnóstico de apneia é o ronco, além de episódios de paradas respiratórias e sonolência excessiva”, explica Tomomi Harashima, coordenador do Centro de
Apneia Obstrutiva do Sono.


O cansaço no dia seguinte não é o maior problema da doença. Quem sofre do distúrbio tem cerca de três vezes mais chances de desenvolver doenças do coração do que pessoas que dormem tranquilamente. “É uma causa reconhecida de hipertensão além de aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral devido à queda transitória de oxigenação, favorecendo a lesão do coração e dos vasos”, afirma Luciano Drager, médico assistente da Unidade de Hipertensão do InCor e especializado em Medicina do Sono pela Associação Brasileira do Sono.


O tratamento abrange mudanças de comportamento por parte do paciente, como deixar de beber, fumar e emagrecer pelo menos 10% do peso corporal. “Dependendo de cada caso, podemos indicar tratamentos com o uso de aparelhos intra-orais, medicamentos adequados e até uma indicação cirúrgica”, receita Tomomi Harashima. Em casos mais graves, em que a doença do sono é vista com preocupação por cardiologistas, Luciano Drager indica recorrer a tratamento multidisciplinar com equipe formada por especialistas em Medicina do Sono, fisioterapeuta e fonoaudiólogo.




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