Pela primeira vez em cinco décadas o basquete feminino do Santo André entrou em quadra sem a presença de Laís Elena. A ex-jogadora e ex-treinadora, que morreu semana passada, tinha lugar cativo no Pedro Dell’Antonia mesmo após encerrar a carreira de 51 anos dedicados à equipe. Talvez influenciadas por isso, as andreenses não foram bem e perderam do Sampaio por 68 a 60, na estreia da Liga Nacional.

O jogo foi marcado por várias homenagens à ex-treinadora. Antes de a bola subir foi respeitado um minuto de silêncio e as jogadoras seguraram faixa com grito de guerra eternizado por Laís “Uma por todas e todas por Ele. Santo André!”. Nas paradas técnicas, o locutor leu frases escritas pelas atletas em reverência à ex-técnica.

No intervalo, garotas da escolinha e das categorias sub-13, sub-14 e sub-15 foram à quadra com um botão de rosa na mão e cada uma disse palavra que lembrava Laís. “Guerreira”, “foco”, “carinho” e “gratidão” foram algumas. As flores seriam dadas à fiel escudeira de Laís, Arilza Coraça, mas, ainda se recuperando emocionalmente, ela não foi ao jogo.

A iniciativa foi de Ana Marta Bezerra Neves, mãe de Mariana, do sub-13. “Laís era muito presente. Ele ensinou muitas coisas para essas meninas da base. Respeito uma pelas outras, amor pelo esporte. A Mariana evoluiu com todo aprendizado que teve aqui”, comentou. “Laís vai me inspirar por toda a vida. Ela era muito forte”, acrescentou Mariana.

Cestinha do Santo André, com 18 pontos, a ala Jaqueline admitiu que foi diferente jogar sem Laís. “Estou acostumada a ver ela na cadeirinha dela, bater a mão, ouvir os gritos e conselhos. Mas temos de nos reerguer”, recomendou.